Responsabilidade Social • 12:40h • 27 de agosto de 2025
Incêndio florestal no Morro do Diabo deixa anta ferida e caso mobiliza Apass em Assis
Primeiro caso oficial de 2025 no Estado de São Paulo reforça papel da Apass no resgate e cuidado de animais silvestres
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Semil | Foto: Divulgação

Uma anta fêmea adulta (Tapirus terrestris) está sob cuidados intensivos na Apass (Associação Protetora de Animais Silvestres), em Assis, após ser resgatada com queimaduras graves na região do Pontal do Paranapanema. O caso, registrado no último fim de semana, é o primeiro oficialmente notificado em 2025 por um centro credenciado pelo Governo do Estado de São Paulo de animal vítima de incêndio florestal.
O resgate aconteceu na noite de sexta-feira, 21 de agosto, em Teodoro Sampaio, no entorno do Parque Estadual Morro do Diabo. Brigadistas da Fundação Florestal e policiais da Polícia Militar Ambiental localizaram o animal debilitado dentro de um açude em área de canavial. Para o transporte até Assis, a cerca de 180 quilômetros do local, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) disponibilizou veículo e motorista, permitindo que a anta chegasse à Apass no dia 22.
Associação de Assis acolhe anta com queimaduras graves após resgate no Pontal do Paranapanema
De acordo com a entidade, a paciente apresenta queimaduras de 1º, 2º e 3º graus em aproximadamente 70% do corpo, perda total da visão e comprometimento de uma das orelhas. Apesar da gravidade, o animal se alimenta e ingere água voluntariamente. Segundo Natália Tomaz Inácio de Godoy, diretora executiva da Apass, o tratamento será prolongado e inclui protocolos de analgesia, antibióticos e anti-inflamatórios, além de cuidados específicos para as lesões.
A suspeita é de que as queimaduras tenham sido causadas pelo incêndio registrado no dia 17 de agosto na região do Parque Estadual Morro do Diabo. Isso indica que a anta pode ter permanecido ferida por pelo menos cinco dias até ser encontrada. O caso reforça a gravidade dos impactos das queimadas sobre a fauna e a importância da integração entre órgãos ambientais, entidades parceiras e sociedade civil no resgate e na recuperação de animais.
Primeiro caso oficial de animal ferido por incêndio em 2025 é tratado em Assis
Em 2024, apenas a Apass, sediada em Assis, atendeu 48 animais vítimas de incêndios, dos quais 19 não resistiram. No mesmo ano, a rede estadual de Cetras (Centros de Triagem de Animais Silvestres) contabilizou 94 resgates, com 53 mortes e apenas dois animais reabilitados e devolvidos à natureza. Os números evidenciam a relevância do trabalho de centros especializados, como a Apass, para garantir resposta rápida e eficiente em situações de emergência.
Além dos esforços de resgate, a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) lançou neste mês um pacote de vídeo-aulas sobre prevenção, preparação e resposta a emergências. O material, disponível gratuitamente no portal de Educação Ambiental do Governo do Estado, integra a Operação São Paulo Sem Fogo e dedica um módulo exclusivo aos impactos do fogo sobre a fauna silvestre e doméstica.
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