• Obras do artista assisense Alemão Art estão entre os destaques do Favela Gala 2025
  • Novo espaço promete mais conforto para comerciantes e público da Feira da Lua
  • Fim de semana em Assis terá calor, noites frias e baixa umidade do ar; confira a previsão
Novidades e destaques Novidades e destaques

Responsabilidade Social • 15:24h • 26 de junho de 2024

Iniciativas apontam soluções eficientes para resíduos urbanos

Brasil gerou 80 milhões de toneladas de "lixo" em 2022

Agência Brasil | Foto: Divulgação/Recicla Latas

O relatório Global Waste Management Outlook 2024 indica que 80 milhões de toneladas de resíduos sólidos domiciliares foram gerados no Brasil em 2022
O relatório Global Waste Management Outlook 2024 indica que 80 milhões de toneladas de resíduos sólidos domiciliares foram gerados no Brasil em 2022

Imagine o que pode ter em comum uma escola pública com mais de 600 estudantes e docentes na cidade de São José, em Santa Catarina, e um festival de música que movimenta 300 mil pessoas em uma praia artificial criada às margens do Lago Paranoá, em Brasília?

Ambos são considerados Lixo Zero, um título concedido às iniciativas que cumpriram o desafio de reduzir acima de 90% a produção de resíduos sólidos e dos impactos ambientais causados por eles.

Em São José, no ano de 2019, a professora da Escola de Educação Básica Aldo Câmara da Silva, Fabiana Nogueira Mina, decidiu propor o tema dos resíduos urbanos para uma aula de Língua Portuguesa sobre artigo de opinião. Munida de materiais como vídeos sobre o consumo, uso de sacolas plásticas e impactos desse material nos oceanos e ecossistemas, a educadora conseguiu impactar tão efetivamente os estudantes, que o debate foi além daquela aula.

Mais estudantes foram alcançados por meio de um seminário na escola, no qual o desafio fez com que toda a comunidade se engajasse em transformar as ideias debatidas em ações e que o local visse a ser a primeira escola Lixo Zero do país.

“Fomos testando, e a escola virou um grande laboratório. Enquanto tentávamos traçar um caminho para a redução de 90% do que era enviado para o aterro sanitário, nós também tivemos erros”, lembra a professora.

A cada desafio, pesquisa e engajamento resultavam em inovações, como o residuário, que era um armário onde os materiais são higienizados e organizados pelos próprios estudantes por grupos para destinação.

“A utilização dos coletores e as lixeiras coloridas não deram certo, então criamos uma solução.”

Os outros educadores foram contagiados e passaram a tratar do tema de forma transversal nas demais disciplinas. Ao final do ano, com a compostagem dos resíduos orgânicos na própria escola e a doação do material reciclável a cooperativas, o desvio de resíduos atingiu 94% e a escola foi certificada.

“O engajamento dos estudantes foi crescendo e a minha curiosidade também. Eu fui entendendo que se o engajamento deles apontava aquele caminho era por ele que eu deveria seguir”, afirmou Fabiana.

Relatório

O relatório Global Waste Management Outlook 2024 (GWMO 2024), elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), indica que 80 milhões de toneladas de resíduos sólidos domiciliares foram gerados no Brasil em 2022, Do total, quase 30 milhões de toneladas tiveram a destinação inadequada, indo parar em lixões, por exemplo, e 5 milhões de toneladas foram descartadas no meio ambiente.

Preocupados com o impacto deste problema no planeta e na saúde das pessoas, os produtores de um festival em Brasília, que ocorre anualmente, por três meses, às margens do Lago Paranoá - principal corpo hídrico da capital federal - resolveram criar um  lixo zero, em 2017. Na época, identificaram que esse tipo de festa chegava a gerar cerca de 400 toneladas de resíduo.

“Nós queríamos deixar um legado para Brasília, ressignificar a nossa relação com o Lago Paranoá, com a cultura da cidade, e, porque não usar essa plataforma de comunicação, de engajamento e transformá-la em uma plataforma de mudança do mundo”, lembra Kallel Kopp, diretor de sustentabilidade do projeto.

A partir daí o projeto foi todo desenvolvido na lógica de consumo consciente e na redução da pegada ambiental, com a eliminação de itens não essenciais, a substituição de materiais convencionais por outros mais sustentáveis e a destinação adequado do resíduo gerado. Da mesma forma que os estudantes da escola de São José, os produtores também enfrentaram desafios pelo caminho.

“Tivemos que construir um ecossistema para a destinação de determinados resíduos que ainda não possuíam essa cadeia em Brasília. Até 2017, por exemplo, a gente não tinha um destinador de vidro e nossos patrocinadores principais são marcas de bebida, gerando uma quantidade imensa de garrafas de vidro.”

A solução veio com inicialmente com o envio desse resíduo para São Paulo, onde a reciclagem já era realizada. Em 2018, a mobilização dos produtores viabilizou o início de um empreendimento nesse ramo de reciclagem de vidro. O mesmo aconteceu em relação aos resíduos orgânicos, que no primeiro ano foi compostado pela organização do evento e nos anos seguintes por uma empresa de Brasília.

“A gente foi buscando os caminhos e várias soluções, várias tecnologias foram desenvolvidas para conseguir gerir resíduos.”

Com todo o empenho, o evento alcançou uma média de desvio dos resíduos de aterro sanitário de 95%, chegando a atingir 98,2% e passando a ser o primeiro festival lixo zero do país. Somado aos benefícios ambientais, o evento ainda gerou renda e criou novas cadeias produtivas para a região.

“Nós remuneramos as cooperativas para fazerem a separação dos resíduos e doamos 100% para que tenham uma remuneração maior. No final do cálculo, mesmo remunerando direitinho e não recebendo a renda dos recicláveis, o nosso custo operacional ainda é mais barato do que se que tivesse mandando para o aterro”, destaca o diretor.

Boas práticas como as da escola e do festival serão debatidas no Congresso Internacional Cidades Lixo Zero, que começa nesta terça-feira, em Brasília. Por três dias, gestores de negócios e cidades se reunião no Museu Nacional da República para trocar experiências sobre o tema, em busca de soluções sustentáveis.

De acordo com o presidente do Instituto Lixo Zero, Rodrigo Sabatini, a ideia é que bons exemplos possam motivar mais iniciativas que somem em uma transformação cultural e social por cidades mais limpas, resilientes e equitativas.

“Estamos falando de um acordo social, onde comunidades colaboram para o bem comum. Este acordo é a chave para reduzir nosso impacto ambiental, promover uma economia mais sustentável, reduzir disparidades sociais e incentivar a inovação”, conclui.

Últimas Notícias

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento • 12:13h • 12 de setembro de 2025

Obras do artista assisense Alemão Art estão entre os destaques do Favela Gala 2025

Evento beneficente do Instituto Gerando Falcões contou com a presença de celebridades, leilão milionário e obras de artista de Assis entre os destaques

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento • 11:33h • 12 de setembro de 2025

Novo espaço promete mais conforto para comerciantes e público da Feira da Lua

Evento tradicional passa a ser realizado na Cobertura do Espaço André Francisco, com mais conforto e estrutura para feirantes e visitantes

Descrição da imagem

Educação • 11:19h • 12 de setembro de 2025

Vestibulinho das Etecs abre inscrições para o primeiro semestre de 2026

Processo seletivo define ingresso nos Ensinos Médio, Médio integrado ao Técnico, AMS, cursos técnicos e especializações técnicas; prova será realizada dia 30 de novembro

Descrição da imagem

Economia • 10:54h • 12 de setembro de 2025

Inflação oficial recua 0,11% em agosto, menor resultado desde 2022

Em 12 meses, IPCA acumula 5,23%

Descrição da imagem

Saúde • 10:03h • 12 de setembro de 2025

Setembro Amarelo vira lei e reforça prevenção ao suicídio e à automutilação no Brasil

Nova legislação sancionada pelo presidente Lula oficializa o mês de setembro como período nacional de mobilização pela saúde mental, criando também os dias 10 e 17 como marcos de prevenção

Descrição da imagem

Economia • 09:46h • 12 de setembro de 2025

Empresas paulistas de pequeno porte poderão exportar para Uruguai e Argentina

Inscrições para missão internacional dos setores de alimentos e bebidas e máquinas e equipamentos estão abertas até 19 de setembro

Descrição da imagem

Educação • 09:23h • 12 de setembro de 2025

Menos de 40% dos alunos valorizam professor, revela pesquisa

Levantamento ouviu mais de 2,3 milhões de jovens do 6º ao 9º ano

Descrição da imagem

Mundo • 08:43h • 12 de setembro de 2025

Saiba como colocar em dia contribuições previdenciárias atrasadas junto ao INSS

Entenda em quais situações é possível pagar períodos em atraso para regularizar o tempo de serviço e veja as principais regras

As mais lidas

Ciência e Tecnologia

Como se preparar para o primeiro apagão cibernético de 2025

Especialistas alertam para a necessidade de estratégias robustas para mitigar os impactos de um possível colapso digital

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento

Quanto seria o ingresso se o show de Lady Gaga fosse pago?