Ciência e Tecnologia • 20:19h • 09 de agosto de 2025
Inteligência artificial já revoluciona tratamentos contra o câncer no Brasil
Mesmo com desafios na estrutura de dados, avanços na aplicação da IA apontam para um futuro mais preciso, humano e acessível na oncologia nacional
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da PG1 | Foto: Divulgação

A cada minuto, 40 pessoas são diagnosticadas com câncer no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima 704 mil novos casos anuais até 2025, e o Ministério da Saúde já registrou mais de 244 mil mortes pela doença em 2022.
Nesse contexto, a inteligência artificial vem ganhando força como aliada na luta contra o câncer, oferecendo diagnósticos mais rápidos, tratamentos personalizados e suporte clínico qualificado. Ainda que existam obstáculos principalmente na padronização de dados, iniciativas brasileiras já demonstram o potencial transformador da tecnologia.
Lucas Emanuel Silva e Oliveira, pesquisador e coordenador do curso de Inteligência Artificial da PUCPR, ressalta que o maior entrave para a IA na oncologia brasileira é a fragmentação dos dados médicos. Hospitais, laboratórios e clínicas operam com sistemas que não se comunicam, o que limita a construção de bases robustas para treinar algoritmos. “Sem dados consistentes e interoperáveis, não é possível escalar soluções que melhorem a jornada do paciente”, alerta.
Ainda assim, avanços significativos já estão em curso. Centros oncológicos têm utilizado algoritmos para interpretar exames de imagem e prontuários, detectar nódulos suspeitos, prever metástases e auxiliar decisões terapêuticas.
Startups brasileiras também despontam: uma delas desenvolveu um exame que reduz cirurgias desnecessárias em casos de nódulo na tireoide, com potencial de economia de R$ 385 milhões ao sistema de saúde. Outra criou um sistema que detecta câncer de pele com 98% de acurácia, usando apenas fotos enviadas por celular.
Para que a IA se torne uma ferramenta integrada à rotina da oncologia no país, será preciso superar desafios estruturais, investir em formação técnica e garantir validações clínicas sólidas. Lucas defende a criação de equipes multidisciplinares compostas por profissionais da saúde e cientistas de dados, além da formação de especialistas híbridos, como médicos e enfermeiros com domínio em ciência de dados. “O potencial da IA na oncologia é imenso, e estamos apenas no começo”, conclui.
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