Saúde • 16:21h • 04 de julho de 2025
Mais de 720 mil casos reforçam alerta para hepatites virais no Julho Amarelo
Campanha incentiva testagem, vacinação e informação para combater doenças silenciosas que podem evoluir para cirrose ou câncer de fígado
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Pró Saúde | Foto: Divulgação

O mês de julho chegou com um importante chamado para a saúde pública: o Julho Amarelo, campanha dedicada à conscientização sobre as hepatites virais. Essas infecções que afetam o fígado podem evoluir de quadros leves e assintomáticos para doenças graves, como cirrose e câncer hepático, se não forem diagnosticadas e tratadas a tempo.
De acordo com o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais 2024, divulgado pelo Ministério da Saúde, o Brasil confirmou mais de 720 mil casos entre 2000 e 2023, com maior incidência na faixa etária de 30 a 49 anos. A região sudeste lidera em números absolutos de notificações, enquanto a região norte apresenta a maior taxa proporcional de casos, especialmente de hepatites B e D, impulsionada pela baixa cobertura vacinal e maior vulnerabilidade social.
As hepatites virais mais comuns no país são causadas pelos vírus A, B e C. A transmissão varia: a hepatite A se espalha por água ou alimentos contaminados; as hepatites B e C são transmitidas por contato com sangue contaminado, sexo sem proteção ou uso de objetos perfurantes não esterilizados; já a hepatite D afeta apenas pessoas já infectadas pelo vírus B e possui maior incidência no norte do país.
Pedro Carneiro, infectologista da Pró-Saúde, destaca que o maior desafio no controle dessas infecções é justamente seu caráter silencioso. “Na maioria das vezes, as hepatites não manifestam sinais visíveis, o que faz com que grande parte dos infectados desconheça o diagnóstico”, explica o especialista. Ele reforça que a principal recomendação é realizar testes regularmente, já que a detecção precoce permite tratamento adequado e evita complicações graves.
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece vacina contra a hepatite B para todas as idades e inclui a vacina contra a hepatite A no calendário infantil. Para a hepatite C, que não tem vacina, o SUS disponibiliza tratamento gratuito e altamente eficaz.
“Buscar informações em fontes confiáveis, fazer o teste e manter a vacinação em dia são medidas simples, mas fundamentais para conter o avanço silencioso das hepatites virais”, completa o infectologista.
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