Economia • 13:01h • 16 de dezembro de 2025
Mesada ainda supera investimento no futuro dos filhos, aponta pesquisa
Levantamento mostra que 39% dos pais dão mesada, mas apenas 28% investem para objetivos de longo prazo, cenário que abre espaço para educação financeira desde a infância
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da JN Assessoria | Foto: Divulgação
No Brasil, 39% dos pais oferecem mesada aos filhos, enquanto apenas 28% mantêm algum tipo de investimento voltado ao futuro das crianças, segundo dados da Serasa. A pesquisa indica que quase metade das famílias que dão mesada repassa menos de R$ 60 por mês, evidenciando um amplo espaço para ampliar a conscientização financeira e estimular hábitos de planejamento desde cedo.
O contraste entre mesada e investimento revela um desafio para a formação financeira das novas gerações. Para o especialista em planejamento financeiro André Bobek, fundador da Mhydas Planejamento Financeiro, criar o hábito de investir desde a infância é uma decisão que vai além da poupança. “Investir para os filhos não é apenas guardar dinheiro, é construir segurança, autonomia e autoestima desde cedo”, afirma.
Segundo Bobek, há três caminhos principais para os pais que desejam começar a investir com foco no longo prazo. Um deles é a previdência privada ou planos de acumulação de longo prazo, indicados para objetivos como faculdade, intercâmbio ou independência financeira. Ele explica que aportes regulares permitem aproveitar o efeito dos juros compostos ao longo do tempo. Outra alternativa é a renda fixa, como CDBs, Tesouro Direto ou fundos DI, opções que oferecem maior previsibilidade e liquidez. Para famílias com maior tolerância ao risco e horizonte mais distante, fundos multimercados ou de ações podem ser considerados para buscar ganhos superiores.
O especialista observa que o perfil das famílias que investem costuma estar associado a uma cultura financeira mais ativa dentro de casa. São pais com renda relativamente estável, hábito de planejar gastos e visão do dinheiro como instrumento de realização. “Pais que conversam sobre dinheiro, envolvem os filhos nas pequenas decisões e demonstram hábitos conscientes, como poupar e comparar preços, tendem a formar crianças mais preparadas para lidar com finanças no futuro. O comportamento financeiro é aprendido muito mais pelo exemplo do que pelo discurso”, ressalta.
A mesada aparece como uma das ferramentas mais acessíveis para iniciar a educação financeira infantil. A pesquisa da Serasa mostra que 33% dos pais usam a mesada para que os filhos paguem o lanche na escola, enquanto 32% veem nela uma oportunidade de ensinar a economizar e poupar. Para Bobek, o valor recebido regularmente precisa estar ligado a diálogo e propósito. “Mais do que dar dinheiro, é ensinar responsabilidade e planejamento. Quando a criança aprende a dividir a mesada entre gastar, poupar e investir, começa a entender o valor das escolhas e das consequências de cada decisão”, afirma.
Na avaliação do especialista, datas comemorativas podem servir de ponto de partida para mudanças de hábito. “Presentear é um gesto de afeto, mas investir no futuro é um gesto de amor. Ensinar os filhos a cuidar do dinheiro é dar a eles liberdade e segurança para realizar seus sonhos”, conclui.
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