• Feira da Noite de Assis terá edição nesta terça com início às 17h e show às 19h
  • Assis recebe mais de R$ 726 mil em novo repasse de ICMS do Estado
  • FEMA abre inscrições para o Vestibular de Verão 2026 com curso inédito de Educação Física
Novidades e destaques Novidades e destaques

Saúde • 15:47h • 17 de março de 2025

Musculação pode ser aliada na prevenção da demência em idosos, aponta estudo da Unicamp

A pesquisa envolveu 44 pessoas com comprometimento cognitivo leve; após seis meses, os voluntários que praticaram treinamento de força apresentaram melhoras na memória e na anatomia cerebral

Agência SP | Foto: Divulgação/Governo de São Paulo

Metade dos participantes praticou musculação duas vezes por semana, com intensidade de moderada a alta e progressão da carga.
Metade dos participantes praticou musculação duas vezes por semana, com intensidade de moderada a alta e progressão da carga.

Os benefícios da musculação são amplos: promove o ganho de força e massa muscular, diminui a gordura corporal, contribui para o bem-estar e a saúde mental. E agora um estudo feito na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) comprovou outro efeito importante: protege o cérebro de idosos contra demências. Os resultados foram divulgados na revista GeroScience.

A pesquisa envolveu 44 pessoas com comprometimento cognitivo leve – condição clínica intermediária entre o envelhecimento normal e a doença de Alzheimer, na qual há uma perda cognitiva em extensão maior do que a esperada para a idade, indicando maior risco de demência. Os resultados revelam que o treino de força não só foi capaz de melhorar o desempenho da memória como também de alterar a anatomia cerebral.

Após seis meses praticando musculação duas vezes por semana, os participantes apresentaram proteção contra atrofia no hipocampo e pré-cúneo – áreas cerebrais associadas à doença de Alzheimer –, além de melhoras nos parâmetros que refletem a saúde dos neurônios (integridade da substância branca).

“Que haveria melhora da parte física a gente já sabia. A melhora cognitiva também já era imaginada, mas queríamos ver o efeito da musculação dentro do cérebro de idosos com comprometimento cognitivo leve. O estudo mostrou que, felizmente, a musculação é uma forte aliada contra demências, mesmo para pessoas que já apresentam risco elevado de desenvolvê-las”, afirma Isadora Ribeiro, bolsista de doutorado da Fapesp na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp e primeira autora do artigo.

O trabalho foi conduzido no âmbito do Instituto de Pesquisa sobre Neurociências e Neurotecnologia (Brainn) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da Fapesp – e é o primeiro a demonstrar o que acontece com a integridade da substância branca de indivíduos com comprometimento cognitivo leve após a prática de musculação.

“Além de testes neuropsicológicos, realizamos exames de ressonância magnética no início e no final do estudo. São resultados muito importantes por indicarem a necessidade de, no nível da atenção básica de saúde, incluir mais educadores físicos no sistema público, já que o aumento da força muscular está associado à diminuição do risco de demência. É um tratamento menos complexo e mais barato capaz de proteger as pessoas de doenças graves”, comenta Marcio Balthazar, pesquisador do Brainn e orientador do estudo.

“Por exemplo, as novas drogas antiamiloide aprovadas nos Estados Unidos, indicadas para o tratamento de demências e para pessoas com comprometimento cognitivo leve, custam cerca de US$ 30 mil por ano [cerca de R$ 173 mil]. É um custo muito alto. Essas medidas não farmacológicas, como mostramos ser o caso da musculação, são eficazes, atuando não só na prevenção de demência como na melhora de quadros de comprometimento cognitivo leve”, completa o pesquisador.

Protocolo

Os participantes da pesquisa foram divididos em dois grupos: metade cumpriu um programa de treinamento resistido com sessões de musculação duas vezes por semana, intensidade de moderada a alta e com progressão da carga. Os demais não realizaram o exercício durante o período do estudo e integraram o chamado grupo-controle.

Nas análises feitas ao final da intervenção, os voluntários que praticaram musculação tiveram melhor desempenho na memória episódica verbal, melhora na integridade dos neurônios e áreas relacionadas à doença de Alzheimer protegidas contra atrofia, ao passo que o grupo-controle apresentou piora nos parâmetros cerebrais.

“Uma característica das pessoas com comprometimento cognitivo leve é que elas têm uma diminuição do volume em algumas regiões cerebrais relacionadas ao desenvolvimento do Alzheimer. Porém, o grupo submetido ao treinamento de força teve o lado direito do hipocampo e do pré-cúneo protegido contra atrofia. Trata-se de um resultado que justifica a importância da prática regular de musculação, sobretudo para pessoas idosas”, ressalta Ribeiro.

A pesquisadora acredita na possibilidade de que um período mais longo de treinamento promova resultados ainda mais positivos que os relatados no estudo. “Todos os indivíduos do grupo que praticou musculação apresentaram melhoras de memória e na anatomia cerebral. No entanto, cinco deles chegaram ao final do estudo sem o diagnóstico clínico de comprometimento cognitivo leve, tamanha foi a melhora. Isso nos leva a imaginar que treinamentos mais prolongados, de três anos, por exemplo, possam reverter esse diagnóstico ou atrasar qualquer tipo de progressão da demência. Sem dúvida é algo que traz esperanças e que precisa ser investigado futuramente”, defende Ribeiro.

De acordo com os pesquisadores, a musculação pode proteger o cérebro contra demências a partir de duas frentes: estimulando a produção do fator de crescimento neural (proteína importante para o crescimento, manutenção e sobrevivência de neurônios) e promovendo a desinflamação global do organismo.

“Sabe-se que qualquer exercício físico, seja musculação ou atividade aeróbia, aumenta os níveis de uma substância química envolvida no crescimento das células cerebrais. Além disso, também pode mobilizar células T anti-inflamatórias. Isso é central. Afinal, quanto mais proteína pró-inflamatória é liberada no organismo, maior a chance de desenvolver demência, de acelerar o processo neurodegenerativo e de formar proteínas disfuncionais que acabam matando os neurônios”, explica Balthazar.

Para avaliar essas questões foram medidos nos voluntários, entre outros fatores, os níveis de irisina e de BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro) – substâncias cuja síntese é estimulada pela contração muscular e que estão relacionadas à proteção neural e à plasticidade sináptica. Os resultados ainda estão sob análise.

“Trata-se de uma continuação deste estudo, na qual vamos buscar entender melhor como esses fatores estão relacionados às alterações de anatomia cerebral. Acreditamos que seja um conjunto de fatores anti-inflamatórios e neuroprotetores que levam a essas mudanças”, adianta Ribeiro.

Últimas Notícias

Descrição da imagem

Economia • 14:00h • 16 de dezembro de 2025

Como evitar erros e liberar créditos de ICMS no agronegócio paulista

Sistema da Fazenda paulista permite transformar crédito de ICMS em liquidez, porém falhas documentais seguem como principal obstáculo, alerta especialista

Descrição da imagem

Ciência e Tecnologia • 13:27h • 16 de dezembro de 2025

Poupatempo expande plataforma digital para tornar serviços públicos mais acessíveis

Plataforma concentra atendimento digital em áreas como saúde, documentos, educação, trânsito e serviços municipais em todo o Estado

Descrição da imagem

Economia • 13:01h • 16 de dezembro de 2025

Mesada ainda supera investimento no futuro dos filhos, aponta pesquisa

Levantamento mostra que 39% dos pais dão mesada, mas apenas 28% investem para objetivos de longo prazo, cenário que abre espaço para educação financeira desde a infância

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento • 12:42h • 16 de dezembro de 2025

Feira da Noite de Assis terá edição nesta terça com início às 17h e show às 19h

Evento na Praça da Bandeira reúne produtores, alimentação e atrações musicais; Âncora1 orienta público a acompanhar atualizações nas redes sociais em caso de chuva

Descrição da imagem

Cidades • 12:38h • 16 de dezembro de 2025

Retrospectiva: como o Pix se tornou dominante no sistema financeiro brasileiro

Sistema respondeu por 39% das transações e movimentou R$ 13 trilhões no semestre; Pix Automático e agendamento inteligente marcaram a virada do ano

Descrição da imagem

Economia • 12:09h • 16 de dezembro de 2025

Planejamento define sucesso de bares e restaurantes nas confraternizações

Especialista aponta que menus fechados, pacotes de bebidas e divulgação antecipada são decisivos para transformar a alta demanda de dezembro em lucro e fidelização

Descrição da imagem

Saúde • 11:51h • 16 de dezembro de 2025

SP convoca população para doar sangue antes das festas de fim de ano

Para encontrar o hemocentro mais próximo pelo basta acessar o aplicativo do Poupatempo

Descrição da imagem

Educação • 11:04h • 16 de dezembro de 2025

Desigualdade limita acesso de crianças pobres à educação infantil no Brasil, aponta estudo

Levantamento inédito mostra que apenas 30% das crianças de baixa renda estão em creches e revela diferenças regionais, raciais e de renda no acesso à educação infantil

As mais lidas

Ciência e Tecnologia

Paralisação completa do 3I/Atlas intriga cientistas e realinhamento aponta para novo comportamento

Registros confirmados por observatórios independentes em três continentes mostram desaceleração em microetapas, parada total e ajuste direcional incomum, ampliando questionamentos sobre a natureza do visitante interestelar

Descrição da imagem

Ciência e Tecnologia

Como se preparar para o primeiro apagão cibernético de 2025