Ciência e Tecnologia • 15:12h • 24 de junho de 2025
Nova tecnologia da USP promete revolucionar a análise de qualidade do café em poucos minutos
Dispositivo portátil usa luz e sensores para identificar espécie e qualidade dos grãos, facilitando o trabalho de produtores e exportadores
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações do Governo de SP | Foto: Divulgação

Uma nova tecnologia desenvolvida por pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP pode mudar a forma como a qualidade do café é avaliada no Brasil. Em parceria com a startup OptikAI e com apoio da Fapesp e da Embrapii, a equipe criou um dispositivo eletrônico que utiliza luz e sensores para analisar com precisão a cor dos grãos de café.
A ferramenta é capaz de distinguir diferentes espécies, como arábica e robusta (também conhecido como conilon), além de identificar variações que indicam problemas de armazenamento, maturação ou processamento. O sistema foi projetado para oferecer resultados rápidos e objetivos, auxiliando na classificação dos lotes, no controle de qualidade e em processos de certificação e rastreabilidade.
O funcionamento do dispositivo é baseado em um conjunto de lâmpadas LED brancas, que iluminam os grãos com intensidade controlada. A luz refletida é captada por sensores de cor, que registram os tons de cada amostra. O equipamento também conta com um motor que gira os grãos, garantindo a análise de diferentes ângulos e aumentando a precisão dos resultados.
Luz que reflete nos grãos é captada por sensores, que registram com exatidão os tons da amostra de café; controle da luz é feito por circuito eletrônico inteligente, garantindo que cada medição seja feita nas mesmas condições
Segundo os pesquisadores, os testes mostraram que o equipamento mantém resultados consistentes, mesmo quando a posição dos sensores varia. Isso é fundamental para garantir a confiabilidade em ambientes industriais, cooperativas ou diretamente no campo.
Além da precisão, o grande diferencial da nova tecnologia está no custo. Por utilizar componentes eletrônicos simples, como microcontroladores e LEDs, o aparelho tende a ser muito mais acessível do que os sistemas laboratoriais disponíveis atualmente.
Outro avanço importante é a capacidade de identificar, de forma rápida, a espécie de café analisada, uma informação relevante para o mercado, já que o café arábica e o robusta possuem valores e características comerciais distintas.
O estudo completo sobre o desenvolvimento da tecnologia foi publicado no periódico científico Scientific Reports, da editora Nature, reconhecida internacionalmente.
De acordo com Bruno Pereira de Oliveira, pesquisador do IFSC e um dos responsáveis pela inovação, a proposta é democratizar o acesso a análises de qualidade mais rigorosas. “A ideia é permitir que até mesmo pequenos produtores tenham em mãos uma ferramenta confiável para avaliar seu produto”, destaca.
Com essa nova solução, o setor cafeeiro ganha um aliado importante na busca por qualidade, padronização e valorização dos produtos brasileiros no mercado nacional e internacional.
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