Economia • 18:41h • 22 de novembro de 2025
Novas medidas de segurança do Pix buscam frear avanço de golpes digitais
Medidas de autenticação, restrições de cadastro e monitoramento de risco respondem ao avanço dos golpes digitais no país
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Lara Assessoria | Foto: Arquivo/Âncora1
O Banco Central do Brasil colocou em vigor novas regras de segurança para o Pix a partir de março de 2025. As medidas incluem restrições ao cadastro de chaves vinculadas a CPFs ou CNPJs irregulares e a obrigatoriedade de autorizar transações de maior valor apenas por dispositivos previamente registrados. O objetivo é conter o aumento das fraudes e proteger usuários em um sistema que movimenta bilhões diariamente.
O reforço ocorre em um contexto de alerta público. Dados da Serasa Experian mostram que, no primeiro trimestre de 2025, o país registrou 3,4 milhões de tentativas de fraude, crescimento de 22,9 por cento em comparação ao mesmo período do ano anterior. Mais da metade dos brasileiros adultos afirma já ter sido vítima de golpes, e 54 por cento relataram prejuízo financeiro. O Banco Central aponta que, somente em 2023, as perdas associadas a fraudes no Pix somaram 4,9 bilhões de reais, alta de cerca de 70 por cento em relação a 2022.
Novas regras entram em vigor
As regras anunciadas exigem que instituições financeiras implementem mecanismos mais precisos de gestão de risco até novembro de 2025. Esses sistemas devem identificar transações fora do comportamento habitual dos clientes, rever periodicamente registros de fraude e impedir a abertura de contas com dados inconsistentes. A validação de dispositivos também ganha peso, reduzindo as chances de uso indevido em situações de engenharia social.
A ampliação da proteção envolve, ainda, medidas voltadas ao próprio usuário. Especialistas recomendam verificar os dados do destinatário antes da transferência, ativar autenticação em duas etapas, evitar operações em aparelhos públicos e desconfiar de solicitações urgentes. Em caso de golpe, a orientação é registrar boletim de ocorrência e acionar de imediato a instituição financeira para solicitar o bloqueio via Mecanismo Especial de Devolução (MED), criado pelo Banco Central para recuperar valores em transações fraudulentas. Apesar de sua importância, levantamentos indicam que apenas uma parcela pequena das vítimas conhece o recurso.
O avanço das tentativas de golpe coloca em evidência a necessidade de equilibrar agilidade e proteção. As novas regras ampliam a rastreabilidade e a identificação de riscos, enquanto reforçam práticas preventivas entre usuários. A combinação de vigilância constante, ferramentas de autenticação e comunicação clara sobre golpes comuns torna-se essencial para manter a integridade do sistema de pagamentos instantâneos.
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