Ciência e Tecnologia • 19:53h • 16 de novembro de 2025
Novo observatório revela “cauda” estelar oculta na galáxia Messier 61
Imagem inédita do Observatório Vera C. Rubin identifica rastro de 160 mil anos-luz, resultado provável da absorção de uma galáxia menor por M61
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Urania Planetário | Foto: Divulgação
Uma das primeiras imagens captadas pelo Observatório Vera C. Rubin, no Chile revelou uma estrutura estelar até então invisível ao redor da galáxia Messier 61, um fluxo tênue que se estende muito além de seus braços espirais e que indica a fusão de M61 com uma galáxia menor no passado.
Uma descoberta que amplia a compreensão sobre M61
O rastro estelar, descrito pelos cientistas como uma espécie de cauda gravitacional, não havia sido identificado por telescópios anteriores, incluindo o Hubble. A sensibilidade da nova câmera do Rubin, capaz de registrar sinais luminosos extremamente fracos, permitiu mapear uma extensão de cerca de 160 mil anos-luz, o que reconta parte da história dinâmica de M61.
De acordo com os astrônomos, estruturas como essa são marcas deixadas por colisões cósmicas. Quando galáxias menores são engolidas por sistemas maiores, suas estrelas são alongadas em fluxos que permanecem por bilhões de anos. Acredita-se que esse processo tenha contribuído para o aumento recente da formação de novas estrelas em M61.

ESA/Hubble e NASA; Agradecimento: Detlev Odenthal | Imagem cedida por Stellarium - Fonte: NASA
Uma cicatriz cósmica cheia de informações
O rastro não representa apenas um registro visual. A estrutura carrega dados sobre a massa da galáxia que foi absorvida, o momento aproximado do impacto e a movimentação das estrelas que sobreviveram ao processo. É, em essência, uma memória orbital preservada no espaço, oferecendo uma oportunidade rara de estudar fusões galáticas com esse nível de clareza.
O papel do Observatório Vera C. Rubin
Mesmo antes de iniciar oficialmente sua missão científica, o observatório já demonstra o impacto que terá na astronomia contemporânea. Sua capacidade de detectar luz difusa e estruturas amplas possibilita investigações que antes eram limitadas pela sensibilidade dos instrumentos disponíveis.
A captura dessa cauda estelar em M61 é considerada uma amostra do tipo de conhecimento que o Rubin deve produzir nos próximos anos, revelando histórias ocultas de galáxias próximas e distantes e ajudando a reconstruir capítulos inteiros da evolução cósmica.
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