Saúde • 11:18h • 26 de julho de 2025
Novo teste com sebo da pele pode identificar Parkinson até sete anos antes dos sintomas
Descoberta britânica abre caminho para exame simples, barato e não invasivo que pode revolucionar o diagnóstico precoce da doença neurodegenerativa
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações do CFF | Foto: Arquivo Âncora1

Um novo estudo da Universidade de Manchester, no Reino Unido, revelou que a doença de Parkinson pode ser diagnosticada com até sete anos de antecedência por meio da análise do sebo da pele, substância oleosa produzida naturalmente pelo corpo. A descoberta tem potencial para se transformar em um exame acessível e de baixo custo, com amostras coletadas de forma simples, utilizando um cotonete.
A doença de Parkinson afeta mais de 10 milhões de pessoas no mundo, e as estimativas apontam para um crescimento expressivo nos próximos anos. O diagnóstico precoce é um desafio, pois os sintomas mais característicos, como tremores, rigidez muscular e alterações na fala, costumam surgir apenas quando o comprometimento neurológico já está avançado. Por isso, um método de detecção antecipada pode fazer enorme diferença na qualidade de vida dos pacientes.
A pesquisa analisou amostras da parte superior das costas de 83 pessoas, incluindo pacientes com Parkinson, indivíduos do grupo de controle e pessoas com transtorno comportamental do sono REM, considerado um marcador precoce da doença. Utilizando uma técnica chamada cromatografia gasosa–espectrometria de massa, os cientistas identificaram 613 compostos orgânicos voláteis (COVs), sendo 55 deles particularmente relevantes para distinguir os grupos analisados. Em pacientes acompanhados ao longo de três anos, os perfis químicos do sebo mostraram alterações progressivas, refletindo o avanço da doença.
O estudo foi inspirado por Joy Milne, uma enfermeira aposentada com um olfato fora do comum, que percebeu um cheiro diferente no marido anos antes de ele receber o diagnóstico. Esse relato levou os pesquisadores a investigar o sebo como possível fonte de biomarcadores. A técnica proposta não exige refrigeração, pode ser feita remotamente e permite o envio das amostras pelo correio, o que facilitaria a triagem em larga escala, especialmente entre grupos de risco.
Os resultados, publicados na revista npj Parkinson’s Disease, apontam para uma nova fronteira no rastreamento e acompanhamento da doença. Além de possibilitar o diagnóstico precoce, a análise do sebo também pode ser útil para monitorar a progressão da condição em pacientes já diagnosticados, abrindo espaço para intervenções mais eficazes e personalizadas.
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