Saúde • 19:42h • 25 de julho de 2025
O que começa com uma escolha pode terminar em diagnóstico: os riscos do sexo oral desprotegido
Doença tem alta incidência no Brasil, avança silenciosamente e está ligada ao HPV, cigarro, álcool e práticas sexuais desprotegidas
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Central Press | Foto: Arquivo/Âncora1

O câncer de cabeça e pescoço é o terceiro mais frequente no Brasil e está avançando com rapidez, principalmente entre os jovens. Estimativas do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional do Câncer (INCA) indicam que mais de 61 mil brasileiros devem ser diagnosticados com a doença ainda este ano.
O dado mais preocupante, no entanto, é que 80% dessas pessoas chegam ao diagnóstico em estágio avançado, o que reduz significativamente as chances de cura. Até 2050, o número de mortes pode saltar de 17 mil para 30 mil por ano, segundo o Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP).
A cirurgiã Ana Gabriela Neis, do Hospital São Marcelino Champagnat, alerta que o câncer pode ter até 90% de chance de cura se detectado precocemente. Mas o grande desafio está nos fatores de risco silenciosos: o tabagismo, o consumo de álcool em excesso e o sexo oral desprotegido. A infecção por HPV tem sido cada vez mais associada a casos em pessoas jovens, reforçando a importância do uso de preservativo mesmo nas práticas sexuais não penetrativas.
Os sinais do câncer de cabeça e pescoço são muitas vezes confundidos com problemas banais, como aftas que não cicatrizam, lesões esbranquiçadas nos lábios ou garganta irritada. No entanto, sintomas como rouquidão persistente, espinhas que coçam ou sangram, nódulos no pescoço e alterações na fala devem ser investigados imediatamente. “Pacientes costumam relatar voz ‘enrolada’ ou ‘de batata quente’, o que pode indicar comprometimento das cordas vocais”, explica Ana Gabriela.
O tratamento varia conforme o local afetado e a fase da doença, incluindo cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Quando o tumor é identificado na fase inicial, a sobrevida em cinco anos chega a 85,4%. Mas se o câncer já tiver se espalhado para os linfonodos ou órgãos como pulmões e fígado, esse índice despenca para menos da metade. Além do risco de morte, os pacientes em estágio avançado podem sofrer mutilações permanentes, como perda da fala. Por isso, a médica reforça: “falar sobre prevenção, vacinas, sexo seguro e sinais de alerta é salvar vidas”.
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