Responsabilidade Social • 15:23h • 09 de junho de 2025
O silêncio imposto: exclusão de surdos nas cidades escancara falhas em acessibilidade
Em um Brasil com mais de 2 milhões de pessoas com algum grau de surdez, ausência de intérpretes, legendas e tecnologia acessível ainda impõe silêncio e exclusão em serviços essenciais
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Assessoria | Foto: Divulgação

Apesar de garantida por lei, a acessibilidade ainda está longe de ser uma realidade plena nas cidades brasileiras, principalmente para os mais de 2,3 milhões de cidadãos surdos identificados pelo IBGE. Sem intérpretes de Libras em serviços públicos, com informações veiculadas apenas por áudio e escassa presença de recursos visuais, esses brasileiros seguem enfrentando diariamente um cenário de exclusão e silêncio forçado.
O impacto dessa omissão vai além da dificuldade de comunicação: afeta diagnósticos médicos, dificulta acesso a direitos básicos, compromete a mobilidade urbana e reduz as chances de inserção e crescimento no mercado de trabalho. Em um país onde a cidadania se exerce nas ruas, nos hospitais, nas escolas e no transporte público, a falta de acessibilidade é uma forma sutil, porém potente, de exclusão social.
Segundo o embaixador do ICOM, Cid Torquato, o desafio começa por reconhecer que a acessibilidade comunicacional é essencial, não um extra opcional. Isso significa garantir intérpretes presenciais ou via plataformas de videochamada, incluir painéis visuais informativos em ônibus e trens, e adaptar conteúdos culturais e educacionais com legendas e Libras. No setor privado, também é preciso treinar equipes, adotar tecnologias inclusivas e abrir espaço para profissionais surdos, promovendo diversidade real nas empresas.
Sem fiscalização, muitas das leis que garantem esses direitos, como a Lei 10.098, permanecem no papel. É preciso que governos, empresas e sociedade civil assumam um compromisso conjunto com a equidade. Afinal, a cidade só é verdadeiramente democrática quando todos podem nela se reconhecer, circular e se comunicar plenamente.
A cidadania dos surdos não pode ser condicionada ao esforço individual de adaptação, ela deve ser garantida pelo coletivo.
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