Saúde • 14:36h • 29 de julho de 2025
Obesidade infantil cresce no Brasil e exige ação urgente de famílias e escolas
Pediatra da Unimed Araxá aponta impactos da pandemia e defende ações entre família, escola, profissionais de saúde e poder público para conter avanço da doença
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Assessoria ATrês | Foto: Divulgação

A obesidade infantil já é considerada uma epidemia global pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, no Brasil, os números se mostram ainda mais alarmantes. A condição, que afeta crianças e adolescentes em todo o mundo, está associada a sérias consequências para a saúde e tem exigido atenção redobrada de médicos, educadores, gestores públicos e famílias.
De acordo com o pediatra Wilton Amorim de Matos Neto, da Unimed Araxá, a pandemia de Covid-19 teve impacto direto no agravamento do cenário. “O isolamento social e as mudanças na rotina resultaram em menos atividade física e maior consumo de alimentos ultraprocessados. Isso favoreceu o ganho de peso em crianças e adolescentes, algo que observamos nitidamente no consultório nos últimos anos”, afirma.
Dados do Observa Infância, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), confirmam esse aumento significativo nos índices de obesidade infantil durante o período pandêmico. O excesso de peso na infância não está apenas relacionado à estética, mas está diretamente ligado ao surgimento precoce de doenças como diabetes tipo 2, hipertensão, distúrbios respiratórios e problemas cardiovasculares.
Segundo o pediatra, a prevenção deve começar no ambiente doméstico. “É fundamental que as famílias incentivem uma alimentação equilibrada, reduzam o consumo de alimentos industrializados e estimulem o movimento e o brincar ao ar livre. A obesidade não é apenas uma questão estética, mas um fator de risco real e precoce”, destaca.
O papel da escola também é decisivo. Para o especialista, instituições de ensino devem oferecer uma alimentação adequada e estimular atividades físicas como parte do currículo diário. Já os profissionais de saúde precisam acompanhar de perto os casos, atuando na prevenção e, quando necessário, oferecendo intervenções personalizadas.
Nos últimos anos, o governo federal tem ampliado políticas públicas voltadas à prevenção da obesidade infantil, com foco em ações municipais e atenção básica de saúde. Apesar dos avanços, Wilton Amorim reforça que o sucesso depende do envolvimento coletivo. “A obesidade infantil é um problema multifatorial. Não há solução simples nem isolada. É preciso envolver famílias, escola, sistema de saúde e sociedade como um todo. Quanto mais cedo agirmos, maiores serão as chances de garantir uma infância mais saudável e um futuro com mais qualidade de vida”, conclui.
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