Cultura e Entretenimento • 16:07h • 19 de maio de 2025
‘Operação Transplante’ revela bastidores e desafios da doação de órgãos no Brasil
Série documental expõe números inéditos e histórias reais em um sistema que salva vidas, mas ainda enfrenta resistência de familiares e barreiras logísticas
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da WBD | Foto: Divulgação/WBD

Com mais de 26 mil procedimentos realizados em 2024, o Brasil segue como referência mundial em transplantes de órgãos, com destaque para a atuação do SUS. No entanto, por trás das estatísticas, ainda existem barreiras culturais, emocionais e estruturais que dificultam o acesso ao transplante e, muitas vezes, custam vidas. A série documental “Operação Transplante”, coprodução da Mixer Films com a Warner Bros. Discovery, chega à plataforma Max e ao canal Discovery Home & Health com o propósito de jogar luz sobre esse sistema complexo e vital.
A produção vai ao ar todas as quintas-feiras, às 19h, apresentando os bastidores dos transplantes, o trabalho das equipes médicas, os dilemas das famílias e a urgência de uma logística que corre contra o tempo. A série conta com apoio da Central de Transplantes da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo e participação de hospitais públicos e privados.
Confira cinco fatos impactantes destacados pela série e pelas instituições médicas envolvidas:
1. O Brasil realiza 72 transplantes por dia
Em 2024, foram realizados 26.368 transplantes, sendo 6.297 de rim, 2.449 de fígado, 440 de coração, 93 de pulmão e 17.089 de córneas. A ampla maioria dos procedimentos — cerca de 88% — foi realizada por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), um dos maiores sistemas públicos de transplantes do mundo.
2. O rim é o órgão mais transplantado — e o que mais salva
Com quase 6,3 mil cirurgias em 2024, o transplante renal é o mais frequente no país e apresenta a maior taxa de sucesso: 97% dos pacientes sobrevivem ao primeiro ano após o procedimento. Para comparação, o fígado tem taxa de 75%, coração 73% e pulmão 70%.
3. Cada órgão tem um tempo-limite para ser transplantado
O sucesso de um transplante depende diretamente da rapidez no transporte do órgão retirado do doador. Os prazos variam conforme o órgão:
• Coração: até 4 horas
• Pulmão: até 6 horas
• Fígado: até 12 horas
• Rins: até 24 horas
Essas janelas curtas tornam a logística um dos maiores desafios para as equipes de saúde.
4. A recusa das famílias ainda é a principal barreira
Apesar do desejo de muitas pessoas em doar seus órgãos, 46% das famílias brasileiras se recusaram a autorizar a doação em 2024. No Brasil, a autorização familiar ainda é obrigatória, mesmo que o potencial doador tenha manifestado sua vontade em vida.
5. O transplante de pulmão é o mais raro
Foram apenas 93 procedimentos de pulmão realizados em 2024, reflexo da complexidade do transporte, da baixa oferta e do número limitado de centros habilitados — hoje restritos a apenas quatro estados brasileiros.
Produção nacional com impacto social
“Operação Transplante” acompanha os dados e também os rostos por trás das estatísticas. A direção é de Rodrigo Astiz e Marina Poema, com produção executiva de João Daniel Tikhomiroff e Adriana Marques. O projeto evidencia o compromisso de profissionais da saúde e a urgência em ampliar a conscientização pública sobre a importância da doação de órgãos.
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