Responsabilidade Social • 17:29h • 19 de outubro de 2025
Outubro dedicado ao luto parental propõe reflexão sobre acolhimento nas empresas
Especialista destaca a importância de políticas organizacionais e liderança empática no apoio a colaboradores que enfrentam a perda gestacional, neonatal ou infantil
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Assessoria | Foto: Divulgação
Outubro é o Mês de Conscientização sobre a Perda Gestacional, Neonatal e Infantil no Brasil, instituído pela Lei Federal nº 15.139/2025, e tem como propósito ampliar o debate sobre um tema sensível e ainda pouco discutido: como as empresas podem acolher adequadamente o luto parental.
A mentora de líderes, psicóloga e consultora de RH Bia Tartuce ressalta que o apoio no ambiente de trabalho tem papel essencial no processo de recuperação emocional. “O luto parental é uma dor que atravessa o tempo. Quando uma empresa acolhe com respeito, a pessoa sente que pode existir novamente, sem precisar esconder sua dor para continuar sendo produtiva”, afirma.
Mulheres chefiam 49% dos lares brasileiros
De acordo com dados da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), o país registrou 22.919 mortes fetais e quase 20 mil óbitos neonatais em 2024, além de 35.450 óbitos fetais e infantis contabilizados pelo Ministério da Saúde no ano anterior.
O Censo 2022 do IBGE mostra que 36 milhões de mulheres são chefes de família, representando 49,1% dos lares brasileiros. Para muitas delas, enfrentar uma perda gestacional ou neonatal significa lidar com o sofrimento emocional e, ao mesmo tempo, manter a renda familiar.
“É neste ponto que o papel da liderança se torna fundamental. O retorno não deve ser tratado como um simples recomeço de tarefas, mas como um processo de readaptação. O líder precisa conversar com quem sofreu a perda antes da volta, entender suas limitações e oferecer flexibilidade, seja com horários reduzidos, home office ou pausas programadas. Essa escuta ativa faz com que a pessoa se sinta segura para retomar o trabalho”, explica Bia Tartuce.
Apoio sem invasão
Demonstrar empatia é essencial, mas exige cuidado. Muitas vezes, colegas de trabalho desejam ajudar, mas não sabem como agir, e atitudes bem-intencionadas podem gerar desconforto.
“Nem sempre o apoio precisa vir em palavras. Às vezes, o simples ato de não cobrar produtividade imediata já é um acolhimento. Pequenos gestos, como uma mensagem de carinho ou flores enviadas pela empresa, são bem-vindos quando partem de um lugar genuíno. O mais importante é respeitar o silêncio e mostrar que a pessoa não está sozinha”, pontua a especialista.
Cultura organizacional mais humana
Para Bia Tartuce, o acolhimento não pode depender apenas da sensibilidade individual. Empresas que desejam construir uma cultura verdadeiramente humana devem estabelecer políticas claras de apoio ao luto parental, formalizando os processos e treinando lideranças.
“Um guia de boas práticas pode orientar líderes e equipes sobre o que fazer antes, durante e depois da perda. Isso inclui a forma de comunicar a ausência, acompanhar o retorno e oferecer apoio psicológico. Quando a empresa formaliza esses processos, o cuidado se torna parte da cultura organizacional, e não apenas um gesto pontual”, reforça.
O Outubro de Conscientização sobre o Luto Parental é, portanto, um convite à reflexão sobre empatia, acolhimento e humanização das relações de trabalho, princípios que fortalecem não apenas o bem-estar dos colaboradores, mas também o papel social das empresas.
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