Saúde • 18:35h • 24 de outubro de 2025
Outubro Verde: mitos e verdades sobre a sífilis
Doença ainda é um desafio para a saúde pública e exige informação, diagnóstico rápido e tratamento adequado
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Assessoria de Imprensa Inpress | Foto: Arquivo/Âncora1
O Brasil ultrapassou 1,5 milhão de casos de sífilis adquirida registrados entre 2010 e junho de 2024, segundo dados do Ministério da Saúde. Mesmo com avanços na medicina, a doença segue em alta e continua sendo um dos maiores desafios da saúde pública no país. No Outubro Verde, mês dedicado à conscientização e combate à sífilis, especialistas reforçam a importância da informação correta e do diagnóstico precoce para interromper a cadeia de transmissão.
A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. Se não tratada, pode evoluir para estágios graves, atingindo o sistema nervoso e outros órgãos. É conhecida como a “grande imitadora” por apresentar sintomas variados — ou até ausentes —, o que dificulta o reconhecimento da doença.
O impacto é amplo. Desde 2005, o país registrou 713 mil casos em gestantes e quase 345 mil casos de sífilis congênita, transmitida de mãe para bebê durante a gestação. Em 2023, o Brasil alcançou o maior índice da série histórica: 113,8 casos por 100 mil habitantes, com 7,7 mortes a cada 100 mil nascidos vivos.
Para esclarecer dúvidas e combater desinformações, o Dr. Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, explica os principais mitos e verdades sobre a sífilis.
1. A sífilis é transmitida apenas por meio de múltiplos parceiros ou sexo desprotegido?
Mito. Basta uma única relação sexual desprotegida (vaginal, anal ou oral) com uma pessoa infectada para ocorrer a transmissão. A doença também pode ser passada da mãe para o bebê durante a gestação ou parto, e raramente por transfusão de sangue ou contato direto com feridas ativas.
2. Se o cancro duro (a ferida inicial) sumir sozinho, estou curado?
Mito. A ferida inicial desaparece sozinha, mas a bactéria continua no organismo e pode causar complicações sérias se não tratada. O desaparecimento dos sintomas não significa cura.
3. Posso contrair sífilis novamente mesmo após o tratamento?
Verdade. O tratamento elimina a infecção atual, mas não gera imunidade permanente. A reinfecção pode ocorrer em novas exposições, por isso o uso do preservativo é essencial.
4. A sífilis é uma doença difícil de diagnosticar?
Mito. Apesar da variedade de sintomas, o diagnóstico é simples e acessível por meio de testes rápidos que detectam anticorpos no sangue. A testagem é oferecida gratuitamente pelo SUS e é fundamental, especialmente no pré-natal.
5. O tratamento da sífilis é simples e eficaz?
Verdade. A penicilina benzatina é o tratamento padrão e cura a infecção em qualquer fase, desde que aplicada corretamente e acompanhada por exames de controle.
6. Se a gestante estiver com sífilis, o bebê sempre terá sequelas graves?
Mito. Com o tratamento adequado, o risco é praticamente eliminado. A sífilis na gestação, porém, é uma das principais causas de natimortos e malformações evitáveis no Brasil, reforçando a importância da testagem precoce e do acompanhamento médico.
Para o Dr. Chebabo, o combate à sífilis começa pela conscientização. “A informação, aliada à disponibilidade de ferramentas diagnósticas precisas, salva vidas. É hora de falar abertamente sobre sífilis, combater o estigma e garantir que cada pessoa tenha acesso ao cuidado que merece”, afirma o especialista.
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