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Responsabilidade Social • 15:43h • 29 de julho de 2025

Óxidos de ferro em solos de manguezais impulsionam o sequestro de carbono

Minerais atuam como estabilizadores do carbono orgânico do solo, evitando liberação de gases de efeito estufa; mas esses ecossistemas, conhecidos como "florestas de carbono azul", vêm sofrendo degradação com a mudança do uso da terra

Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações de Agência SP | Foto: Angelo Fraga Bernardino/UFES

Área de mangue preservado
Área de mangue preservado

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) descobriram mecanismos que ajudam solos alagados de áreas costeiras, como os manguezais, a reter carbono de forma mais eficiente. A pesquisa abre novas possibilidades para o enfrentamento das mudanças climáticas causadas pelo uso inadequado da terra.

Reconhecidos como um dos ecossistemas mais eficazes na captura de gases de efeito estufa, os manguezais superam até mesmo florestas tropicais como a Amazônia. Até agora, essa capacidade era atribuída à baixa presença de oxigênio no solo, o que desacelera a decomposição da matéria orgânica. O novo estudo, publicado na revista Nature Communications, mostra que a presença de certos óxidos de ferro, como ferri-hidrita e lepidocrocita, também tem papel fundamental. Esses minerais protegem frações instáveis do carbono do solo e evitam que ele se decomponha rapidamente, o que reduziria sua eficácia no armazenamento de carbono.

A mudança no uso da terra, como a instalação de tanques para criação de camarões ou a conversão para pastagem, altera o ambiente químico do solo, tornando-o mais ácido ou oxidado. Isso transforma os óxidos de ferro em formas mais cristalinas, menos eficientes para estabilizar o carbono. A cristalinidade se refere à organização dos átomos, que impacta diretamente as propriedades químicas dos minerais.

O estudo utilizou uma combinação inédita de técnicas para analisar amostras de solo do estuário Mocajuba-Curuçá, no Pará. As análises mostraram como o ferro atua na proteção da matéria orgânica mais vulnerável, conhecida como lábil, evitando a liberação de dióxido de carbono. Segundo o pesquisador Francisco Ruiz, do Departamento de Ciência do Solo da Esalq-USP, os resultados indicam que compreender a química do solo é essencial para proteger os manguezais e aumentar seu potencial de retenção de carbono.

O professor Tiago Osório Ferreira, orientador da pesquisa, considera os resultados uma quebra de paradigma. Segundo ele, conhecer os processos que estabilizam o carbono no solo permite identificar quais usos da terra são mais prejudiciais e como frear ou estimular esses mecanismos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Ferreira coordena o projeto BlueShore – Florestas de Carbono Azul para mitigação de mudanças climáticas offshore, que estuda o sequestro de carbono nos solos e busca criar um índice de saúde do solo para avaliar o grau de degradação nas regiões de mangue. O projeto também analisa como a biodiversidade desses ecossistemas reage ao aumento de dióxido de carbono.

Os manguezais, considerados florestas de carbono azul, têm papel essencial no equilíbrio climático. A perda dessa vegetação pode liberar até três vezes mais dióxido de carbono do que a derrubada de florestas da Amazônia. No Brasil, há cerca de 1,4 milhão de hectares de mangue, principalmente entre o Amapá e o Maranhão. Porém, estima-se que 25% dessas áreas já tenham sido destruídas, o que compromete a biodiversidade e a subsistência de cerca de 500 mil pessoas que vivem da pesca artesanal e do extrativismo.

Para os pesquisadores, a simples restauração da vegetação não é suficiente. É preciso recuperar o equilíbrio geoquímico dos solos, o que exige mais tempo e estratégias específicas, principalmente em áreas degradadas.

Ruiz destaca que a aplicação das técnicas usadas na pesquisa é comum em solos bem drenados, como os de florestas, mas ainda é recente em solos alagados. Ele começou a estudar esses mecanismos ao pesquisar tecnossolos, solos construídos para restaurar áreas degradadas, durante o mestrado e o doutorado. Por esse trabalho, recebeu o Prêmio Tese Destaque USP em Ciências Agrárias e uma menção honrosa no Prêmio Capes de Tese 2024.

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