Responsabilidade Social • 12:03h • 13 de dezembro de 2025
Papai Noel além do Natal: como a imaginação molda emoções e habilidades sociais das crianças
Imaginação fortalece linguagem, autonomia e inteligência emocional, e especialistas orientam como conduzir dúvidas sem conflitos
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da EDB Comunicação | Foto: Arquivo/Âncora1
A pergunta reaparece todos os anos em muitas casas: “Quando contar que o Papai Noel não existe?” Para especialistas em Educação Infantil, porém, o foco não está no momento da revelação, mas sim no papel que essa fantasia desempenha na formação emocional, cognitiva e social das crianças. A crença no bom velhinho é mais do que uma tradição natalina, ela funciona como ferramenta de aprendizagem, organização emocional e construção de autonomia.
Pesquisas recentes reforçam essa visão. Um estudo publicado na revista Aracê destaca que a fantasia impulsiona múltiplas linguagens: oral, musical e artística ampliando repertórios fundamentais na primeira infância. Outro trabalho, na Revista Tópicos, analisa os contos de fadas e mostra como as narrativas imaginárias estruturam raciocínio, criatividade e habilidades sociais.
Para Andréa Piloto, diretora pedagógica da Escola Vereda, esse movimento também aparece em tradições culturais como a do Papai Noel. “A fantasia permite que as crianças projetem ideias, elaborem conflitos internos e criem narrativas próprias. Ao mesmo tempo, exercitam autonomia ao tentar compreender se foram ‘boas ou más’, e constroem lógica ao explicar o funcionamento desse universo imaginário”, afirma.
Fantasia, segurança emocional e aprendizagem social
Além do encanto, o período natalino oferece oportunidades para trabalhar valores como paciência, empatia e generosidade. A figura do Papai Noel funciona como elemento de segurança afetiva: previsível, bondoso e sempre associado ao acolhimento. “Trata-se de um personagem que ajuda a organizar emoções em uma fase de intenso aprendizado social”, explicam os educadores. Pesquisas na área de Psicologia do Desenvolvimento mostram que figuras simbólicas estáveis auxiliam crianças a transitarem por frustrações, expectativas e sentimentos difíceis.
O que os adultos devem (e não devem) fazer
Usar Papai Noel como ameaça é um dos erros mais comuns, de acordo com Mateus Lopes, diretor pedagógico da Escola Vereda em Santo André. “Não é saudável associar comportamento a punições condicionadas ao recebimento de presentes. Isso gera ansiedade e contradição, porque na prática os presentes são dados de qualquer forma. A fantasia precisa permanecer positiva e não punitiva”, explica.
Os especialistas reforçam que as consequências educativas devem vir de outras fontes combinados, rotina, diálogo e acompanhamento emocional e não de personagens mágicos.
E quando chega a hora de descobrir a verdade?
A maioria das crianças começa a questionar a existência do Papai Noel por volta dos oito anos, influenciadas pelo convívio com colegas, pela observação e pela construção de pensamento lógico. O papel dos adultos não é desmentir, mas acompanhar. Quando a dúvida surge, a orientação é devolver a pergunta com delicadeza, estimulando reflexão e respeitando o tempo da criança.
“O importante é permitir que ela percorra seu próprio caminho. A transição acontece de forma natural. Cabe a nós valorizar os benefícios da imaginação enquanto ela faz sentido”, diz Andréa. A fantasia não desaparece totalmente, transforma-se. Mesmo quando deixam de acreditar no personagem literal, crianças que viveram essa fase de forma positiva costumam preservar criatividade, sensibilidade e capacidade de imaginar novas possibilidades, habilidades essenciais para a vida adulta.
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