Variedades • 19:39h • 12 de setembro de 2025
Peniafobia: entenda o medo irracional de ficar pobre que já atinge grande parte da população
Condição pouco conhecida pode impactar decisões, relações pessoais e saúde mental; especialista alerta para sinais e caminhos de tratamento
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da VH Assessoria | Foto: Divulgação

A peniafobia, termo ainda desconhecido da maioria das pessoas, descreve o medo irracional de ficar pobre. De acordo com o médico e terapeuta João Borzino, trata-se de um transtorno psicológico crônico, marcado por ansiedade intensa diante da possibilidade de perder recursos, status ou autonomia.
Segundo o especialista, a condição vai além de uma preocupação saudável com a estabilidade financeira. “Esse medo afeta decisões diárias, distorce prioridades e, em casos extremos, paralisa. É uma fobia com raízes emocionais profundas, capaz de moldar o comportamento humano de forma tão impactante quanto qualquer outro transtorno ansioso”, afirma.
Estudos internacionais apontam que a origem da peniafobia envolve fatores biológicos, psicológicos e sociais. Pesquisas da Harvard Medical School indicam que crianças expostas a ambientes de instabilidade financeira tendem a desenvolver padrões de hipervigilância que permanecem na vida adulta. “Mesmo quando suas contas estão em dia, essas pessoas vivem em permanente estado de alerta”, explica Borzino.
Entre os comportamentos clássicos associados à peniafobia estão o acúmulo compulsivo de dinheiro sem usufruto, trabalho excessivo com prejuízos à saúde, paralisia diante de decisões financeiras, relações afetadas por disputas de dinheiro e culpa constante ao gastar, mesmo em necessidades básicas. Dados da Fiocruz indicam que 7 em cada 10 brasileiros relatam ansiedade intensa ao pensar em perder o emprego ou reduzir o padrão de vida, o que pode ser um marcador precoce do transtorno.
Casos reais ilustram os impactos. Joana, executiva de marketing em São Paulo, sofre crises de pânico sempre que usa o cartão de crédito, apesar de sua renda elevada. Já Carlos, empresário de Belo Horizonte, deixou de investir em oportunidades por medo de riscos financeiros e hoje reconhece a estagnação profissional como consequência da fobia.
O tratamento, segundo Borzino, passa por diagnóstico clínico, terapia cognitivo-comportamental, reestruturação de crenças e educação financeira aliada à psicoterapia. “A verdadeira liberdade financeira não começa com a conta bancária, começa com a mente. O dinheiro não deve ser inimigo, e sim ferramenta. Identificar e confrontar a peniafobia é o primeiro passo para retomar o controle da vida”, conclui.
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