• Capacitações em Assis trazem prática, horas aula e certificação; confira os detalhes do Qualifica SP
  • Vestibulinho das Etecs oferece redução de 50% da taxa de inscrição
  • Pesquisa mostra que 67% dos brasileiros não teriam como se sustentar em caso de demissão
  • Empresas de Assis oferecem oportunidades em várias áreas com prazos até 31 de agosto
Novidades e destaques Novidades e destaques

Ciência e Tecnologia • 10:21h • 28 de junho de 2025

Pesquisa da Fiocruz mostra que nanopartículas ajudam a conter câncer de mama

Resultados são promissores. Mas os testes de uso de nanopartículas de óxido de ferro em seres humanos ainda exigem o cumprimento de outras etapas da pesquisa

Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações de Agência Gov | Foto: Arquivo Âncora1

A expectativa é que a tecnologia venha a complementar os tratamentos atuais, especialmente para pacientes que não respondem às terapias convencionais.
A expectativa é que a tecnologia venha a complementar os tratamentos atuais, especialmente para pacientes que não respondem às terapias convencionais.

Pesquisadores da Fiocruz concluíram mais uma etapa de um estudo que avalia o uso de nanopartículas de óxido de ferro para combater o câncer de mama. Os resultados mostraram que as nanopartículas conseguiram impedir que as células do câncer se multiplicassem e também ajudaram a evitar que o tumor se espalhasse para outros órgãos, o que é conhecido como metástase. As recentes descobertas foram publicadas no periódico Cancer Nanotechnology e reforçam o potencial das nanopartículas como terapia complementar ao câncer. No entanto, os pesquisadores destacam que ainda há uma série de etapas pela frente até chegar à fase clínica, em que são realizados testes em seres humanos.

“Em uma análise anterior, havíamos visto que as nanopartículas impossibilitam o crescimento do tumor. Agora, com este novo estudo, compreendemos como isso acontece e ver que as nanopartículas são capazes de impedir que as células cancerígenas se espalhem e que o tumor dê origem a metástases. E o melhor: sem causar danos ao organismo. Todas essas informações mostram que estamos caminhando para chegar, de fato, a uma imunoterapia efetiva”, afirma o pesquisador Carlos Eduardo Calzavara, da Fiocruz Minas, à frente do estudo, juntamente com a pós-doutoranda Camila Sales do Nascimento.

Para chegar aos resultados, fêmeas de camundongos com câncer de mama foram separadas em dois grupos e apenas um deles recebeu as nanopartículas. Após um período os cientistas verificaram que no grupo dos animais tratados houve um aumento de células chamadas natural killers (NKs), que atacam e matam células com padrão alterado, como as do câncer, e houve uma redução dos neutrófilos, um tipo de célula que, em muitos casos, favorece a progressão do câncer.

Segundo Calzavara, o câncer, normalmente, “engana” o sistema de defesa do corpo. Isso permite que o tumor cresça sem ser combatido. Mas as nanopartículas provocam um “despertar” do sistema imune, fazendo com que ele reconheça a ameaça e comece a reagir, ativando as células de defesa para destruir as células doentes. “O tumor do câncer de mama produz algumas substâncias que o mascaram e fazem com que o sistema imune entenda que está tudo bem. Isso diminui a resposta inflamatória e permite que as células tumorais se multipliquem desenfreadamente, possibilitando que o tumor cresça. O que nós vimos neste estudo é que, ao colocar as nanopartículas, induz-se um perfil inflamatório no microambiente. Isso porque elas induzem várias biomoléculas que vão acordar o sistema imune, que detecta as células cancerígenas e as elimina”, explica.

Outra importante constatação dos pesquisadores é que, nos animais que receberam as nanopartículas, houve uma redução nos níveis de uma molécula chamada MCP-1, associada à formação de metástases no câncer de mama. Os cientistas analisaram, então, os pulmões e o fígado dos camundongos, órgãos que frequentemente são acometidos por metástases no câncer de mama. Eles observaram que, entre os animais tratados, havia bem menos focos de células tumorais nos pulmões, indicando que o tratamento ajudou a reduzir a capacidade do câncer de se espalhar. Já as análises do fígado mostraram que a incidência de metástase não foi significativa em nenhum dos grupos.

Resultados anteriores

Um estudo anterior, publicado pelo grupo em 2023, já havia mostrado que as nanopartículas impediam o crescimento de tumores malignos de mama, por meio da alteração do perfil de um dos tipos de célula de defesa do organismo, os macrófagos. Os cientistas haviam explicado que há dois tipos principais de macrófagos: M2, com características mais anti-inflamatórias e relacionados com maior permissividade tumoral; e M1, que são pró-inflamatórios e mais eficazes em limitar a progressão do tumor.

Então, usando as nanopartículas, os pesquisadores reprogramaram o perfil dos macrófagos M2, transformando-os em M1, de forma a inibir o desenvolvimento do tumor. Eles também injetaram células tumorais e as nanopartículas em camundongos e constataram uma redução de quase 50% na massa tumoral dos animais expostos à nanopartícula em comparação aos animais que não receberam o tratamento. Agora, com a nova pesquisa, os cientistas conseguiram compreender de que forma todo esse processo de reprogramação acontece.

Todos os resultados obtidos representam um avanço científico importante diante do desafio de combater um tipo de câncer que provoca sofrimento e muitas mortes em todo o mundo. “Há muitas recidivas, ou seja, situações em que o câncer reaparece; há casos de resistência ao tratamento e há também pacientes que não suportam as atuais terapias, por serem fortes demais. Tudo isso faz com que o câncer de mama continue matando muito, não só no Brasil como no mundo, e, por isso, é tão importante expandir o leque terapêutico”, explica Calzavara.

A expectativa é que a tecnologia venha a complementar os tratamentos atuais, especialmente para pacientes que não respondem às terapias convencionais. Mas, até lá, ainda são necessários novos estudos. O próximo passo será o dos testes pré-clínicos, de forma a avaliar possíveis efeitos colaterais, dosagem ideal do tratamento, bem como absorção, metabolização e excreção por parte do organismo, entre outros aspectos. Somente após a conclusão dessa etapa poderão ser iniciados os testes clínicos, em que se avalia o tratamento em seres humanos.

Outras duas pesquisas estão iniciando: uma usando o efeito hipertérmico das nanopartículas e outra verificando a possibilidade de associar medicamentos já utilizados na oncologia às nanopartículas, o que poderia aumentar a eficácia do tratamento e reduzir os efeitos colaterais da quimioterapia.

Últimas Notícias

Descrição da imagem

Mundo • 08:19h • 27 de agosto de 2025

Defesa Civil alerta para risco elevado de queimadas no interior paulista

Altas temperaturas e baixa umidade aumentam chance de incêndios

Descrição da imagem

Educação • 08:06h • 27 de agosto de 2025

Capacitações em Assis trazem prática, horas aula e certificação; confira os detalhes do Qualifica SP

Programa oferece formações em áreas estratégicas como logística, gestão e administração em parceria com SEST/SENAT

Descrição da imagem

Educação • 07:58h • 27 de agosto de 2025

Vestibulinho das Etecs oferece redução de 50% da taxa de inscrição

Candidatos podem solicitar benefício até 9 de setembro; exame do processo seletivo para o primeiro semestre de 2026 será aplicado no dia 30 de novembro

Descrição da imagem

Saúde • 21:13h • 26 de agosto de 2025

Val Marchiori emociona seguidores ao revelar câncer de mama e destacar necessidade de exames

Empresária reforça importância da mamografia e especialistas destacam que diagnóstico precoce pode elevar chances de cura para mais de 90%

Descrição da imagem

Mundo • 20:18h • 26 de agosto de 2025

Pesquisa mostra que 67% dos brasileiros não teriam como se sustentar em caso de demissão

Levantamento da fintech meutudo revela desconhecimento sobre seguro renda CLT e falta de planejamento financeiro para imprevistos

Descrição da imagem

Responsabilidade Social • 19:43h • 26 de agosto de 2025

Dia Internacional da Igualdade Feminina expõe desafios e aponta caminhos para inclusão no trabalho

Apesar dos avanços, mulheres ainda enfrentam barreiras salariais e baixa representatividade em cargos de liderança, segundo especialistas e relatórios recentes

Descrição da imagem

Saúde • 18:32h • 26 de agosto de 2025

Especialista defende escuta ativa de pais e escolas para enfrentar crise de saúde mental infantil

Ansiedade, depressão e distúrbios emocionais crescem de forma alarmante e já se consolidam como um dos maiores desafios da pediatria e da psiquiatria infantil no Brasil

Descrição da imagem

Gastronomia & Turismo • 17:31h • 26 de agosto de 2025

Governo de São Paulo anuncia a criação do “Circuito Serra, Fé e Mar”

Projeto integra Serra da Mantiqueira, Vale do Paraíba, Litoral Norte e Região Turística da Fé como novo produto turístico estratégico do estado

As mais lidas

Ciência e Tecnologia

Como se preparar para o primeiro apagão cibernético de 2025

Especialistas alertam para a necessidade de estratégias robustas para mitigar os impactos de um possível colapso digital

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento

Quanto seria o ingresso se o show de Lady Gaga fosse pago?