Pesquisa mostra o que cada idade procura em dermocosméticos nas farmácias

Um levantamento realizado pela Rock Encantech, empresa especializada em soluções de engajamento para o varejo, revelou as principais tendências de consumo de dermocosméticos no canal farma com base em 800 mil transações feitas por 600 mil consumidores entre janeiro e maio de 2025. O estudo detalha os hábitos de compra por faixa etária e confirma o avanço da procura por produtos de skincare, inclusive entre os mais jovens.

Entre os consumidores até 19 anos, mais de 56% das compras são destinadas à categoria Dermo Rosto, com destaque para produtos de limpeza e tratamento facial (29,45%), seguidos por hidratantes (19,13%), protetores solares (11,99%), clareadores (4,46%) e antiacneicos (3,11%). Para Fernando Gibotti, VP de Varejo e Indústria da Rock Encantech, esse comportamento está diretamente ligado à influência digital. “As rotinas de skincare estão sendo consolidadas desde cedo, impulsionadas pelas redes sociais e criadores de conteúdo”, afirma. Ele destaca ainda um estudo da Universidade de Boston, que apontou que 77% das pessoas acreditam que um procedimento estético eleva a autoestima, especialmente após o aumento das videoconferências no período pós-pandêmico.

Nas faixas de 20 a 49 anos, que concentram a maior parte do faturamento, a categoria Dermo Rosto também lidera, representando mais de 60% das vendas. No entanto, há particularidades por idade: entre os consumidores de 30 a 39 anos, por exemplo, os produtos Dermo Infantil representam 5,38% das compras, indicando a presença de filhos pequenos. O foco dessa faixa está na prevenção e estética, com atenção especial à hidratação, proteção solar e ativos como colágeno e ácido hialurônico. “Essa é uma geração conectada às tendências e preocupada com os efeitos das oscilações hormonais e da exposição às luzes artificiais”, analisa Gibotti.

Entre os consumidores acima dos 50 anos, o comportamento muda. A categoria Dermo Corpo ultrapassa 25% de participação em todas as faixas etárias, revelando uma preocupação crescente com os sinais de envelhecimento corporal. Os nutricosméticos, com ativos como colágeno hidrolisado, vitamina C e ácido hialurônico, também se destacam, alcançando entre 9% e 13% do faturamento. Apesar disso, a Dermo Rosto ainda representa cerca de 40% das compras, embora haja redução no consumo isolado de protetores solares, já que muitos produtos anti-idade passaram a incorporar o fator de proteção solar em suas fórmulas.

O executivo explica que essa mudança é reflexo da queda natural da produção de colágeno e elastina, o que impacta na elasticidade da pele. “O que predomina são cremes antissinais combinados com hidratantes, voltados a reduzir marcas de expressão e combater o ressecamento cutâneo”, completa. Gibotti também chama atenção para o crescimento da exigência dos consumidores, o que exige uma postura mais estratégica dos varejistas. “O cliente atual quer soluções completas, que envolvam autoestima, bem-estar e eficácia. Isso precisa estar presente tanto nos produtos quanto na comunicação e na experiência de compra.”