Responsabilidade Social • 14:57h • 25 de dezembro de 2025
Produção de biometano avança no interior paulista e reforça transição energética do Estado
Visitas técnicas em Américo Brasiliense e Ribeirão Preto destacam projetos que transformam resíduos agroindustriais em energia limpa e ampliam o uso de biometano em São Paulo
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações da Semil | Foto: Semil/Governo de SP
A produção de biometano a partir de resíduos agroindustriais vem ganhando escala no interior paulista e se consolida como um dos pilares da estratégia de transição energética do Estado. Em agenda na região central, a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), Natália Resende, visitou a usina Santa Cruz, do Grupo São Martinho, em Américo Brasiliense, e participou de encontro com empresários do setor em Ribeirão Preto.
Em Américo Brasiliense, a secretária conheceu a unidade que produz biometano a partir da vinhaça gerada na fabricação de etanol de cana-de-açúcar. Em operação desde outubro, a usina tem capacidade para produzir cerca de 15 milhões de metros cúbicos de biometano por safra, o equivalente a aproximadamente 70 mil metros cúbicos por dia. Parte da vinhaça biodigerida retorna aos canaviais como adubo orgânico, em um modelo alinhado aos princípios da economia circular.
Segundo o vice-presidente e superintendente agroindustrial da São Martinho, Agenor Cunha Pavan, o volume produzido pode evitar a emissão de até 32 mil toneladas equivalentes de gases de efeito estufa. O biometano já está conectado ao sistema de distribuição por meio de gasoduto, atendendo a região de Ribeirão Preto e municípios do noroeste paulista, via Necta Gás Natural.
Para Natália Resende, a injeção direta do biometano na rede de gás canalizado representa um marco para a transição energética regional. De acordo com a secretária, São Paulo já conta com capacidade instalada de 500 mil metros cúbicos de biometano por dia, distribuídos em oito plantas autorizadas, com previsão de alcançar 700 mil metros cúbicos diários até o final do próximo ano, a partir da entrada em operação de novas unidades.
“A produção de biometano alia redução de emissões à geração de emprego e renda no interior, fortalecendo a economia regional e posicionando São Paulo como referência em biocombustíveis sustentáveis”, afirmou.
A agenda seguiu para Ribeirão Preto, onde a secretária visitou a sede da Necta Gás Natural e participou de reunião com empresários e parlamentares. No encontro, foram apresentados projetos voltados à descarbonização, incluindo a interconexão de plantas de biometano e iniciativas para a logística de veículos pesados. A empresa também apresentou seu plano de investimentos para o noroeste paulista, com potencial de geração de empregos diretos e indiretos em municípios como Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Presidente Prudente.
De acordo com o CEO da Necta, José Eduardo Moreira, a integração do biometano à rede de distribuição é estratégica para ampliar o acesso a uma fonte de energia renovável e segura, contribuindo para o desenvolvimento regional e para o cumprimento das metas ambientais do Estado.
Atualmente, São Paulo concentra algumas das principais iniciativas de biometano do país. Em 2025, Presidente Prudente tornou-se o primeiro município brasileiro a ser abastecido integralmente com o combustível. Outro destaque é Paulínia, que abriga a maior planta nacional de produção de biometano a partir de resíduos sólidos urbanos, transformando resíduos de 35 municípios da região de Campinas em energia.
Essas iniciativas fazem parte de uma política mais ampla de valorização de resíduos, que inclui o programa Integra Resíduos, com a participação de 344 municípios. Como resultado desse conjunto de políticas públicas e investimentos, 59% da matriz energética paulista é composta por fontes renováveis, percentual que chega a 96% na matriz elétrica, um dos mais elevados do mundo.
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