Gastronomia & Turismo • 16:44h • 22 de novembro de 2025
Projeto paranaense soma três medalhas no Mundial de Queijos e chega a 72 premiações
Projeto do Oeste paranaense soma três novas premiações no World Cheese Awards e alcança 72 medalhas, fortalecendo pequenos produtores e ampliando valor agregado ao leite
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Central Press | Foto: Divulgação
O Brasil voltou a se destacar no World Cheese Awards 2025, na Suíça, com 50 medalhas. No Oeste do Paraná, o Projeto de Queijos Finos do Biopark conquistou três delas, reforçando a relevância de uma iniciativa que alia pesquisa, capacitação rural e inovação para transformar o leite de pequenos produtores em produtos de alta qualidade.
O evento reuniu mais de 5 mil queijos de mais de 50 países e é considerado o maior concurso de queijos do mundo. As premiações ampliaram a visibilidade de um projeto que tem se consolidado como referência nacional e internacional desde sua criação.
Logo após o anúncio das medalhas, especialistas destacaram que a conquista fortalece o posicionamento do Paraná como um dos polos mais inovadores em produção láctea do país. A região é o segundo maior produtor de leite do Brasil e, com apoio técnico e científico, vem ampliando a produção de queijos especiais e abrindo mercados de maior valor agregado.
Os queijos premiados
Abaporu – medalha de prata
Queijo de massa mole de leite de vaca, casca lavada e maturação acima de 30 dias. Destacou-se pelas notas adocicadas e complexas de baunilha, amêndoa, caramelo e especiarias como canela e cravo. O queijo já havia conquistado ouro no Mondial du Fromage 2024 e será lançado em breve pela queijaria Flor da Terra.
Saint Marcellin – medalha de prata
Queijo comercial da Flor da Terra com histórico de premiações, incluindo prata no Mondial du Fromage 2025 e presença entre os dez melhores queijos do Brasil no concurso Queijos Brasil 2023. Inspirado em clássicos franceses, apresenta textura macia e cremosa, sabor amanteigado e nuances que remetem a cogumelos frescos e ervas.
Garoa Tropical – medalha de bronze
Queijo inédito inspirado nas técnicas antigas de coagulação com frutas cítricas. Traz sabor marcado por enzimas naturais dessas frutas, oferecendo textura diferenciada. Também será lançado comercialmente pela Flor da Terra.
As três novas medalhas elevam o total do projeto a 72 premiações nacionais e internacionais, consolidando um modelo de produção que valoriza ciência, terroir e técnica.

Queijos: Abaporu, Garoa e Saint | Créditos: Divulgação/Biopark
Projeto transforma a cadeia leiteira com apoio integral aos produtores
O Projeto de Queijos Finos do Biopark Educação oferece suporte completo e gratuito aos produtores parceiros, desde o melhoramento da qualidade do leite até o desenvolvimento de identidade visual, rotulagem e acesso a mercados. O objetivo é desenvolver produtos exclusivos, de alto padrão e com viabilidade comercial.
O acompanhamento inclui monitoramento contínuo da qualidade, transferência de tecnologia e orientação sobre infraestrutura das queijarias. As equipes recebem apoio permanente, e encontros bimestrais abordam temas como boas práticas de fabricação, marketing digital, abertura de mercados e gestão do negócio.
O modelo ganhou atenção nacional por proporcionar resultados rápidos, baixa barreira de entrada e forte impacto na renda dos produtores familiares.
Tradição, tecnologia e articulação institucional
A iniciativa é fruto de uma coalizão entre:
- Biopark
- Biopark Educação
- Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR)
- Sebrae/PR
- Sistema Faep/Senar
- Prefeitura de Toledo
A rede busca fortalecer a cadeia leiteira regional por meio da diferenciação dos produtos, da valorização do terroir e do acesso a certificações como SIM, SUSAF e SISBI — fundamentais para expansão comercial.
Cada produtor recebe análises específicas que orientam quais tecnologias queijeiras são mais adequadas ao seu leite, preservando diversidade e estimulando o surgimento de um ecossistema competitivo, que deverá formar a futura Rota de Queijos Finos do Oeste do Paraná.
Expansão e resultados expressivos
Em 2024, o queijo Passionata, tecnologia desenvolvida dentro do projeto, foi eleito o melhor da América Latina e o 9º melhor queijo do mundo no World Cheese Awards.
Atualmente, 27 produtores integram o projeto, que já tem planos de expansão estadual com apoio do governo do Paraná. O modelo tem sido observado como referência em desenvolvimento rural, segurança alimentar e inovação no agronegócio.
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