Ciência e Tecnologia • 11:38h • 07 de junho de 2025
Prótese de joelho mais barata e eficiente da Unesp pode transformar a reabilitação de idosos
Protótipo criado em Bauru usa materiais inovadores, reduz esforço na marcha e pode ampliar a autonomia de idosos amputados com custo acessível e menos manutenção
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Unesp | Foto: Divulgação

Pesquisadores da Faculdade de Ciências da Unesp, em Bauru, apresentaram um novo modelo de prótese de joelho mais leve, mais barata e com eficiência similar à versão atualmente oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em testes iniciais com idosos amputados, o protótipo desenvolvido demonstrou potencial para melhorar a qualidade de vida dos pacientes, aliando conforto, estabilidade e acessibilidade.
Resultado de uma pesquisa de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Materiais, a nova prótese foi confeccionada com uma liga metálica inoxidável e polipropileno, pesando apenas 740 gramas — 150 a menos que a prótese convencional do SUS. O custo estimado é de R$ 2.500, quase 45% inferior ao modelo atualmente fornecido, que custa cerca de R$ 4.600.
Atualmente, cerca de 5 milhões de brasileiros com mais de 60 anos enfrentam limitações nos membros inferiores, muitas vezes em decorrência de amputações causadas por diabetes, traumas ou infecções. O modelo tradicional do SUS, sem mecanismos de travamento automático ou controle hidráulico, exige maior gasto energético e apresenta risco aumentado de quedas.
O novo protótipo, chamado de “joelho monocêntrico”, foi projetado com uma mola interna que regula os movimentos de flexão e extensão, e uma trava automática que proporciona mais segurança ao caminhar e ao permanecer em pé. A prótese também apresenta maior resistência à corrosão e menor necessidade de manutenção.
Divulgação/Laboratório de Anelasticidade e Biomateriais | Unesp Bauru
Os testes clínicos iniciais envolveram três voluntários idosos, que utilizaram primeiro a prótese padrão e depois a nova versão por seis meses. Os resultados apontaram melhora na velocidade de marcha, maior facilidade para sentar e levantar, e melhores avaliações de qualidade de vida.
O físico Carlos Roberto Grandini, responsável pelo Laboratório de Anelasticidade e Biomateriais da Unesp e orientador do estudo, destaca que o objetivo foi criar uma solução funcional, durável e financeiramente viável. “Frente à escassez de soluções acessíveis, esse tipo de inovação representa um avanço importante para inclusão social e autonomia de pessoas amputadas”, afirma.
A produção contou com apoio técnico de uma empresa italiana para fundição e usinagem, e envolveu uma equipe multidisciplinar que incluiu o doutorando Rafael Francisco de Oliveira Santos e o pesquisador Guilherme Eleutério Alcalde. Ambos destacam que a integração entre biomecânica e engenharia de materiais foi fundamental para criar um dispositivo com dimensões próximas ao joelho humano e alta durabilidade.
Leia a matéria na íntegra no Jornal da Unesp.
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