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Ciência e Tecnologia • 14:08h • 24 de dezembro de 2025

Quatro mitos sobre a saúde de pessoas com síndrome de Down e o que a ciência já esclareceu

Especialistas do Instituto Serendipidade e do Hospital Albert Einstein explicam equívocos que ainda afetam autonomia, inclusão e qualidade de vida

Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Trevo Assessoria | Foto: Divulgação

Saúde, inclusão e longevidade: mitos e verdades sobre a síndrome de Down
Saúde, inclusão e longevidade: mitos e verdades sobre a síndrome de Down

Desmistificar conceitos ultrapassados sobre a síndrome de Down é essencial para ampliar inclusão, bem-estar e pertencimento. Na saúde, apesar dos avanços nas políticas de cuidado e na compreensão da deficiência intelectual, crenças equivocadas ainda influenciam decisões clínicas e sociais. Para o médico Marcelo Altona, geriatra do Hospital Israelita Albert Einstein e parceiro do Instituto Serendipidade, a atualização desse olhar é urgente. “Os pacientes com síndrome de Down devem ser tratados como qualquer paciente, independentemente da sua condição. O desafio é romper estigmas ainda presentes quando se fala em saúde e inclusão”, afirma.

Dados da Global Down Syndrome Foundation indicam que, nas últimas quatro décadas, a expectativa de vida das pessoas com síndrome de Down mais que dobrou, passando de cerca de 25 anos, nos anos 1980, para mais de 60 anos atualmente. O avanço resulta de melhores cuidados médicos, acesso a tratamentos e, sobretudo, da mudança de mentalidade sobre o papel social da pessoa com deficiência. O desafio agora é garantir longevidade com qualidade de vida, integrando saúde física, emocional e inclusão.

A seguir, quatro mitos ainda comuns e o que a ciência aponta sobre cada um deles.

1. Todas as pessoas com síndrome de Down têm atraso significativo no desenvolvimento

A generalização não corresponde à realidade. Embora possa haver comprometimento cognitivo em algum grau, o desenvolvimento intelectual e motor varia amplamente. Ambiente familiar, estímulos precoces, acesso à educação e terapias influenciam diretamente a evolução. Com acompanhamento multidisciplinar contínuo, envolvendo fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional e suporte psicopedagógico, muitas pessoas alcançam autonomia, aprendem a ler e escrever, trabalham, participam da vida comunitária e, em alguns casos, vivem de forma independente.

2. Pessoas com síndrome de Down têm mais chances de desenvolver cardiopatias e câncer

As cardiopatias congênitas são mais frequentes, com estimativa de cerca de 50% dos nascimentos apresentando alguma anomalia cardíaca. No passado, isso impactava fortemente a expectativa de vida. Hoje, com diagnóstico precoce e cirurgias mais acessíveis, o cenário mudou. Em relação ao câncer, não há evidências que sustentem maior risco geral. “Existem alguns tipos de leucemias e cânceres mais comuns nessa população, enquanto outros são mais raros. Dizer que a incidência de câncer em geral é maior é um erro”, explica Altona.

3. O envelhecimento precoce é inevitável e sem intervenção efetiva

Sinais de envelhecimento podem surgir mais cedo, entre 25 e 30 anos, como perda de força muscular, catarata e declínio cognitivo. Estudos indicam maior prevalência de sintomas depressivos e perdas cognitivas ainda na juventude. O mito está em acreditar que nada pode ser feito. A promoção de hábitos saudáveis, estímulo cognitivo, atividade física, alimentação equilibrada e apoio psicossocial podem prevenir ou retardar impactos. “Com acompanhamento gerontológico precoce, é possível garantir mais qualidade de vida e autonomia”, reforça o médico.

4. Saúde mental e inclusão não impactam o desenvolvimento

Essa crença é uma das mais prejudiciais. A forma como a pessoa é acolhida no ambiente familiar, escolar e comunitário influencia diretamente o bem-estar emocional e o desenvolvimento. Iniciativas como o Projeto Laços, do Instituto Serendipidade, conectam famílias desde o diagnóstico, promovendo informação e redes de apoio. “A saúde emocional é um pilar da autonomia. Inclusão e pertencimento transformam trajetórias”, afirma Henri Zylberstajn, fundador do Instituto Serendipidade. A inclusão e os estímulos adequados também contribuem para a prevenção de depressão e demência associadas ao envelhecimento precoce.

Envelhecimento ativo como política de cuidado

A promoção da longevidade com qualidade é prioridade para o Instituto Serendipidade. Em parceria com o Dr. Marcelo Altona e a APOIE-SP, o programa Envelhecimento Ativo oferece acompanhamento integral e atividades voltadas ao bem-estar físico, emocional e social de pessoas com deficiência intelectual em processo de envelhecimento. A iniciativa integra conhecimento técnico, escuta humanizada e estímulo ao protagonismo, fortalecendo vínculos, promovendo autonomia e valorizando cada etapa da vida.

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