Responsabilidade Social • 12:42h • 07 de dezembro de 2025
Rede de Jornalistas Pretos divulga manual de proteção digital para comunicadoras negras
Cartilha latino-americana reúne estratégias de segurança online diante do aumento de ataques virtuais a profissionais negras
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Assessoria | Foto: Divulgação
A Rede de Proteção Digital para Comunicadoras Negras lançou a cartilha Proteção Digital para Comunicadoras Negras na América Latina, documento que reúne orientações de segurança, enfrentamento à violência digital e ferramentas de suporte para jornalistas e comunicadoras negras, indígenas e quilombolas. O material surge em um contexto de crescente hostilidade online. Segundo relatório Latam Journalism Review 2024 da International Federation of Journalists, 38% das jornalistas latino-americanas já sofreram ataques virtuais motivados por gênero, raça ou pela atuação profissional.
O lançamento ocorreu no evento Resistir é Comunicar, realizado em 24 de novembro na Universidade de Brasília. A iniciativa reuniu jornalistas, lideranças comunitárias, pesquisadoras e defensoras de direitos, com participação de organizações internacionais como AfroColectiva, Women’s March e o Comitê Global da Marcha das Mulheres Negras. A cartilha, publicada em português e espanhol, integra a atuação da REPCONE, rede pioneira no continente voltada à cibersegurança, acolhimento e proteção jurídica para comunicadoras negras.
Marcelle Chagas, coordenadora da REPCONE e integrante da Rede de Jornalistas Pretos, destacou que o objetivo é oferecer instrumentos de prevenção, denúncia e enfrentamento da violência online. Para ela, a segurança informacional é condição fundamental para que comunicadoras negras exerçam a profissão em ambientes mais protegidos. A cartilha indica técnicas de proteção digital, rotinas de segurança, orientações de denúncia e práticas recomendadas para reduzir riscos em redes sociais e ambientes virtuais.
O evento também debateu a relação entre mídia tradicional e comunidades periféricas, apontando que narrativas hegemônicas frequentemente reforçam estereótipos de violência e invisibilizam aspectos culturais, históricos e de empreendedorismo. A discussão ressaltou o papel do jornalismo negro como ferramenta de descentralização e humanização das histórias, promovendo outro olhar sobre as populações negras e enfrentando estruturas racistas e coloniais presentes na cobertura jornalística.
Palestras conduzidas por profissionais como Jacira Silva, Juliana Cézar Nunes e Natália Purificação enfatizaram a vulnerabilidade enfrentada por comunicadoras negras, que lidam com violência racial, política e de gênero tanto no ambiente digital quanto dentro das redações. Para as especialistas, o fortalecimento das redes de apoio e a adoção de protocolos de segurança digital são essenciais para mitigar riscos e ampliar condições de trabalho seguro.
A Rede de Jornalistas Pretos Pela Diversidade na Comunicação, fundada em 2018, atua na democratização do acesso à comunicação por meio de ações de educação, representatividade e oportunidades. A organização conecta veículos afrocentrados, profissionais de imprensa, estudantes e comunicadores, e hoje articula cerca de 200 iniciativas de comunicação voltadas à ampliação da diversidade no jornalismo brasileiro.
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