Saúde • 15:14h • 19 de junho de 2025
Seis pontos para entender o uso de cannabis no tratamento de crianças com autismo
Especialista explica como a cannabis medicinal pode ajudar a reduzir sintomas e melhorar a qualidade de vida de pacientes no espectro
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Assessoria | Foto: Divulgação

No Dia do Orgulho Autista, celebrado na última quarta-feira, 18 de junho, o debate sobre inclusão e respeito à neurodiversidade ganha um novo foco: a aplicação da cannabis medicinal como alternativa terapêutica no tratamento de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Segundo a neuropediatra Fernanda Moro, especialista em cannabis medicinal, a informação e a ciência são os principais aliados no combate ao preconceito que ainda cerca o tema.
Para entender melhor o assunto, a médica listou seis pontos essenciais para famílias que estão considerando a cannabis como parte do tratamento:
1. O primeiro passo é encontrar um médico especializado
A orientação inicial é buscar profissionais que já trabalham com prescrição de cannabis. Segundo a especialista, pesquisar nas redes sociais ou em associações de médicos prescritores pode ajudar a localizar profissionais alinhados com essa abordagem. Perguntar na hora do agendamento se o médico é prescritor também pode evitar perda de tempo.
2. Quando a decisão pelo tratamento costuma ser tomada
A escolha pela cannabis medicinal geralmente ocorre após tentativas frustradas com outras medicações ou em casos mais graves, como epilepsia ou atrasos importantes no desenvolvimento. Muitas vezes, a decisão vem de famílias bem informadas, que pesquisaram e entenderam o potencial do tratamento.
3. Como saber se o tratamento está funcionando
A evolução clínica pode ser medida por métodos científicos, como a redução da escala de gravidade do TEA. Além disso, relatos dos pais, terapeutas e até da própria criança indicam melhoras em aspectos como sono, comunicação, socialização e concentração.
4. O cuidado com a sobrecarga emocional da família
Para a médica, é fundamental dividir as responsabilidades do tratamento. Envolver outros membros da família, cuidadores e terapeutas no processo de decisão e acompanhamento ajuda a reduzir a sobrecarga emocional, especialmente das mães.
5. O que dizem os estudos recentes
Um dos avanços mais relevantes, segundo Fernanda Moro, é a descoberta de baixos níveis de anandamida — um endocanabinoide produzido naturalmente pelo corpo — em bebês que futuramente recebem o diagnóstico de autismo. Essa evidência reforça a relação entre o sistema endocanabinoide e o TEA, ampliando as perspectivas de uso da cannabis no tratamento.
6. Superando o preconceito com informação
A desinformação, segundo a especialista, ainda é o principal obstáculo. “É um absurdo causar dano ao paciente por falta de informação médica. Cannabis medicinal é uma estratégia terapêutica baseada em ciência”, afirma. Ela destaca que o medo do THC e o estigma associado ao uso recreativo da planta ainda geram resistência, mas que o avanço de estudos e o acompanhamento especializado têm mostrado segurança e eficácia no tratamento.
O Dia do Orgulho Autista reforça a necessidade de ampliar o debate sobre qualidade de vida, inclusão e acesso a tratamentos baseados em evidências científicas. Para muitas famílias, a cannabis medicinal tem se mostrado uma nova possibilidade no cuidado com o TEA.
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