Mundo • 18:39h • 11 de novembro de 2025
Sete em cada dez brasileiros estão preocupados em consumir bebida alcoólica adulterada
Pesquisa Ipsos-Ipec revela que 67% dos brasileiros temem intoxicação, mas mais da metade dos consumidores raramente verifica a procedência das bebidas
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Weber | Foto: Divulgação
Uma pesquisa nacional realizada pela Ipsos-Ipec mostra que 67% dos brasileiros afirmam estar preocupados ou muito preocupados com o risco de consumir bebidas alcoólicas adulteradas com metanol. O levantamento, que ouviu duas mil pessoas em 132 municípios entre 24 e 28 de outubro de 2025, revela que a preocupação é generalizada e não apresenta diferenças significativas entre faixas etárias, renda ou escolaridade.
Apesar desse alto nível de alerta, 53% dos consumidores de bebidas alcoólicas admitem que raramente ou nunca checam a procedência do produto no momento da compra, seja analisando o selo, o rótulo, o lacre ou o registro de origem. Apenas 34% afirmam verificar sempre ou na maioria das vezes, e 12% fazem isso ocasionalmente.

Segundo a Ipsos-Ipec, 94% da população tomou conhecimento dos casos recentes de intoxicação por bebidas adulteradas com metanol, sendo a mídia tradicional (72%) a principal fonte de informação, seguida pelas redes sociais (52%). Entre os consumidores de bebidas, 54% disseram ter adotado alguma medida preventiva, como parar de consumir bebidas destiladas e optar apenas por cerveja (17%) ou suspender temporariamente o consumo de qualquer bebida alcoólica (14%). No entanto, 44% não alteraram o comportamento mesmo após os casos de intoxicação.

Quando questionados sobre quem deve ser o principal responsável por impedir que bebidas adulteradas cheguem ao consumidor, 41% apontam os órgãos fiscalizadores, seguidos de perto pela indústria de bebidas (40%) e distribuidoras (39%). Já entre as fontes mais confiáveis para obter informações sobre consumo seguro, os entrevistados destacam agentes de segurança e o Ministério da Saúde (13% cada), além de órgãos fiscalizadores (13%) e fabricantes (11%).

A pesquisa também mostra que metade dos brasileiros não sabe para qual órgão recorrer em caso de suspeita de adulteração. Entre as respostas espontâneas, 22% mencionaram a Polícia e 14% a Vigilância Sanitária, enquanto 9% não souberam responder.
Para Márcia Cavallari, diretora da Ipsos-Ipec, os dados demonstram que há um descompasso entre a preocupação e as práticas de prevenção. “A pesquisa revela um amplo conhecimento sobre os casos de intoxicação, mas há um descompasso entre o medo de consumir bebida adulterada e a baixa verificação da procedência no ponto de venda. Existe espaço para campanhas educativas, reforço na fiscalização e medidas que garantam o consumo seguro”, avalia.
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