Responsabilidade Social • 17:09h • 15 de julho de 2025
Socialização precoce ajuda a prevenir problemas comportamentais em cães e gatos
Especialistas explicam importância de creches e hotéis para pets na redução de ansiedade, agressividade e dificuldades de convivência
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Lara Assessoria | Foto: Divulgação

A socialização precoce é essencial para garantir o equilíbrio emocional e comportamental de cães e gatos. Segundo especialistas da área pet, a falta de estímulos nos primeiros meses de vida pode resultar em problemas como fobias, agressividade e ansiedade de separação. Esse alerta acompanha o crescimento da busca por serviços como creches e hotéis para pets, que oferecem ambientes planejados para o desenvolvimento social dos animais.
Estudos da American Veterinary Society of Animal Behavior (AVSAB) recomendam que a socialização de cães ocorra entre a terceira e a décima segunda semana de vida. Nesse período, estímulos positivos com pessoas, outros animais e ambientes diversos são fundamentais para moldar a resposta emocional do pet ao longo de sua vida. No Brasil, que já contabiliza mais de 149 milhões de animais de estimação, segundo o Instituto Pet Brasil (IPB), cresce a conscientização sobre a importância de incluir a socialização orientada nos cuidados com o bem-estar animal.
Cães e gatos se beneficiam desse processo, mas de formas diferentes. Cães, por natureza sociais, precisam de contato frequente com pessoas e outros cães para desenvolver habilidades de convivência. Já os gatos, mais territoriais e seletivos, necessitam de socializações mais graduais e controladas, muitas vezes dentro do próprio território ou em espaços adaptados.
Segundo a American Veterinary Medical Association (AVMA), cães respondem melhor a interações em grupo, enquanto os gatos formam vínculos mais fortes com poucos indivíduos e precisam de tempo para aceitar novos ambientes. André Faim, empresário do setor pet e cofundador da rede Lobbo Hotels e da plataforma Trabalhe pra Cachorro, explica que forçar interações em gatos pode gerar retraimento ou comportamento defensivo.
“Quando falamos em socialização, estamos falando de saúde mental. Animais que não aprendem a conviver com o mundo à sua volta se tornam mais reativos, inseguros e até perigosos em determinados contextos”, destaca Faim. Ele alerta que muitas famílias só procuram ajuda quando os problemas já se tornaram intensos, como cães com medo de barulhos simples ou aversão a contato físico.
Nos hotéis da rede Lobbo, o processo de socialização é gradual e supervisionado. Os animais são divididos em grupos de acordo com seu perfil comportamental e passam por atividades diárias com foco em estímulo físico e cognitivo, incluindo momentos de socialização, descanso e brincadeiras coletivas. A proposta é formar animais mais confiantes e equilibrados.
Faim reforça que a escolha do ambiente coletivo adequado exige cuidado dos tutores. Estrutura física, equipe capacitada e metodologia são determinantes para uma experiência positiva. “Socialização não é colocar vários cães juntos em um pátio. É planejar, respeitar sinais e o tempo do animal, com intervenção profissional quando necessário”, explica.
Outro aspecto importante é a variedade de estímulos humanos. Acostumar o animal a conviver com adultos, crianças e idosos prepara para situações cotidianas como visitas, idas ao pet shop e passeios em locais movimentados. Animais socializados tendem a apresentar menos episódios de estresse, latidos excessivos ou comportamentos destrutivos.
Além disso, se tornam mais receptivos a comandos e adestramento, o que facilita a convivência familiar e o manejo em espaços públicos. “O tutor percebe a diferença no dia a dia. É um investimento que retorna em forma de tranquilidade para toda a família”, conclui Faim.
A Fundação Getulio Vargas (FGV), em estudos sobre comportamento organizacional adaptados ao universo pet, reforça que estímulos positivos e frequentes reduzem significativamente comportamentos indesejados. Por outro lado, a falta desses estímulos pode agravar quadros de ansiedade e prejudicar o bem-estar mental dos animais.
O crescimento da demanda por socialização e serviços comportamentais mostra uma mudança no perfil do tutor brasileiro, cada vez mais atento ao cuidado integral com os pets, que são vistos como membros da família.
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