Ciência e Tecnologia • 15:10h • 18 de agosto de 2025
Sono, metabolismo e inflamação podem ser chave no tratamento do “ombro congelado”, apontam estudos
Pesquisas internacionais mostram que a capsulite adesiva vai além da lesão local e exige abordagem integrativa para melhores resultados
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Sensu Comunicação | Foto: Arquivo/Âncora1

Duas pesquisas internacionais recentes, com participação do fisiologista e bioquímico médico Leo Pruimboom, ampliam o entendimento sobre a capsulite adesiva, conhecida popularmente como “ombro congelado”. Publicados em maio e junho de 2025, os estudos indicam que a condição não se limita a uma lesão local, mas envolve fatores metabólicos, inflamatórios e comportamentais, exigindo estratégias de tratamento mais abrangentes.
O primeiro estudo, divulgado em 26 de junho no Journal of Clinical Medicine, avaliou 34 pacientes que receberam fisioterapia tradicional, mas apenas metade adotou ajustes nos hábitos de sono. As mudanças incluíram evitar cafeína e outros estimulantes à noite, além de reduzir a exposição à luz artificial após o pôr do sol. Após seis semanas, esse grupo apresentou melhora mais expressiva no controle da insulina, redução de marcadores inflamatórios, alívio da dor, ganho de amplitude de movimento e melhor qualidade do sono.
Já a pesquisa publicada em 15 de maio no BMC Musculoskeletal Disorders analisou dados de 7.499 pacientes para identificar padrões bioquímicos associados à capsulite adesiva. Os resultados mostraram níveis mais elevados de hemoglobina glicada (HbA1c) e colesterol total entre os pacientes, além de aumento significativo das citocinas pró-inflamatórias. O estudo não encontrou relação consistente com hipotireoidismo e indicou que a IL-6 não apresentou associação estatisticamente relevante.
Para Leo Pruimboom, os achados evidenciam que o ombro congelado deve ser tratado como manifestação de um desequilíbrio sistêmico. “Existe uma forte ligação entre metabolismo desregulado, inflamação persistente e limitação articular. O tratamento precisa ir além do ombro, considerando o corpo como um todo”, afirma.
Os dois trabalhos reforçam a importância de abordagens integrativas que unam fisioterapia, controle metabólico, redução da inflamação e qualidade do sono. Segundo Pruimboom, medidas simples, como hábitos de sono adequados, alimentação equilibrada, alternância entre estímulo e repouso e exposição à luz natural, podem potencializar a recuperação e prevenir a cronificação do quadro.
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