Mundo • 08:02h • 28 de agosto de 2025
SP amplia pedágios automáticos e população reage contra sistema Free Flow
O governo de São Paulo quer instalar pelo menos 58 novos pedágios automáticos nas rodovias, com investimento de R$ 10 bilhões e concessões de 30 anos
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações da CUT | Foto: Governo de SP

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) está expandindo o sistema de pedágio automático Free Flow em várias rodovias de São Paulo. O modelo substitui as praças físicas por pórticos que registram a passagem dos veículos com câmeras e sensores, cobrando de acordo com a distância percorrida.
Segundo os contratos de concessão, estão previstos 37 novos pórticos já em andamento, com possibilidade de chegar a 58 pontos de cobrança, principalmente em regiões populosas como o Circuito das Águas e a Rota Sorocabana. O investimento total é de R$ 10 bilhões, com concessões que podem durar 30 anos.
A crítica é que o sistema transforma pequenos trajetos em custos acumulativos, penalizando quem precisa usar as estradas diariamente. Um exemplo é a rodovia Rio-Santos, onde em pouco mais de um ano o Free Flow já gerou 1 milhão de multas. Em apenas um mês, 12 mil motoristas foram penalizados por esquecer de pagar a tarifa.
Principais críticas ao Free Flow
- Indústria de multas: quem não paga em até 30 dias recebe multa de R$ 195,23 e perde 5 pontos na CNH.
- Falta de informação: muitos confundem os pórticos com radares e não sabem como pagar.
- Impacto econômico: estudantes, caminhoneiros e trabalhadores que cruzam cidades diariamente sentem o maior peso.
- Custo regional: o frete mais caro encarece alimentos e produtos básicos.
- Falta de diálogo: moradores e prefeitos reclamam que o governo não ouviu a população antes de instalar os pedágios.
As reações já mobilizam protestos em várias cidades. Em Sorocaba, a pressão popular fez o governo recuar de 13 para 9 pórticos. Em Cotia, moradores bloquearam a Rodovia Raposo Tavares com cartazes e buzinaço. A manifestação foi reprimida pela Polícia Militar com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo, o que gerou ainda mais críticas ao governo.
Deputados estaduais e vereadores de diferentes partidos também questionam o sistema. O Projeto de Decreto Legislativo nº 6/2025 pede a suspensão da instalação do Free Flow, alegando falta de transparência e prejuízos à população.
“Esse pedágio automático transforma trajetos curtos em custos pesados. É mais uma máquina de arrecadação que não devolve melhorias reais para o cidadão”, afirma Wagner Menezes, secretário nacional de Transportes da CUT.
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