Economia • 15:21h • 06 de maio de 2025
Tarifa de Trump não vai parar o consumo de filmes estrangeiros, mas impacta os consumidores americanos
Neusa Nunes, professora de Economia, analisa o impacto da decisão de Trump sobre a indústria cinematográfica e o consumo de filmes estrangeiros nos Estados Unidos.
Da Redação | Com informações da Nova PR | Foto: Divulgação

A recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 100% sobre filmes produzidos fora do país gerou reações e questionamentos no mercado cinematográfico global. Segundo Trump, a indústria cinematográfica americana estaria "morrendo muito rápido", e a medida teria o objetivo de reverter essa situação. No entanto, para Neusa Nunes, professora de Economia no curso de Cinema e Audiovisual da ESPM, a medida apresenta estranhezas e não parece ter um efeito positivo sobre o que o presidente busca.
De acordo com Neusa, a decisão não promoverá o impacto desejado, já que o efeito dessa tarifa provavelmente será o oposto do que Trump espera. "A medida não vai promover o famoso 'Make America Great Again'. Ela, na verdade, piora a condição de consumo das pessoas", afirma.
Indústria cinematográfica internacional não será impactada
A professora também destaca que, embora o movimento tenha uma conotação protecionista, o impacto sobre a indústria cinematográfica internacional não será tão relevante. Filmes estrangeiros de sucesso recente, como o sul-coreano Parasita e o brasileiro Ainda Estou Aqui, ainda são consumidos com grande interesse por públicos específicos nos Estados Unidos, e a tarifa, na visão da professora, não afetará esse comportamento de consumo. "Os americanos que buscam assistir a filmes estrangeiros continuarão a fazer isso, mesmo pagando mais caro. Não existe um efeito rebote que prejudicaria a indústria internacional", afirma Neusa.
Para a especialista, quem assiste a filmes estrangeiros nos EUA possui um perfil específico e uma capacidade de consumo que não será diretamente impactada pelo aumento de preços. Mesmo com uma tarifa de 100%, esses consumidores, que pertencem a um nicho específico, não deixarão de consumir as produções internacionais.
Questionando a prioridade da tarifa
Neusa Nunes também questiona a real necessidade de uma medida como essa, considerando que a balança comercial da produção cinematográfica é favorável aos Estados Unidos. "Não parece ser uma ameaça econômica relevante para eles. A decisão de taxar filmes estrangeiros é incomum, especialmente quando existem outras questões mais importantes a serem resolvidas no cenário econômico americano", analisa.
Em relação aos filmes estrangeiros, ela acredita que o movimento não prejudicará a produção global, pois os públicos que consomem esses filmes são específicos e não dependem de um preço mais baixo para continuar com o consumo. "Seja qual for o preço, o consumo vai continuar", conclui Neusa, destacando que a cultura do cinema internacional segue forte entre um público fiel.
Tarifa pode prejudicar mais os consumidores que a indústria cinematográfica
Embora a medida proposta por Trump tenha como objetivo, em tese, proteger a indústria cinematográfica americana, especialistas como Neusa Nunes acreditam que o real impacto será sentido pelos consumidores. Ao colocar um preço mais alto sobre filmes estrangeiros, a tarifa pode afetar o acesso ao entretenimento de qualidade para o público americano, mas dificilmente terá um efeito duradouro sobre a produção internacional, que continuará atraindo a atenção de um público específico.
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