Política • 09:03h • 22 de outubro de 2024
Trabalho infantil caiu 14,6% de 2022 para 2023 diz IBGE
Em 2023, 1,6 milhão de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos estavam em situação de trabalho infantil, menor contingente desde 2016. Número também representa queda de 23,9% frente a 2016 (2,1 milhões), início da série histórica
Da Redação com informações do IBGE | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Em 2023, 1,852 milhão de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos estavam envolvidas em atividades econômicas ou produção para consumo próprio. Destas, 1,607 milhão estavam em situação de trabalho infantil, uma redução de 14,6% em relação a 2022 (1,881 milhão). Os dados são da PNAD Contínua sobre Trabalho de Crianças e Adolescentes, divulgada em 18 de outubro pelo IBGE.
A OIT define trabalho infantil como aquele que afeta a saúde, segurança e desenvolvimento das crianças e interfere na educação. A classificação varia conforme idade, atividade, carga horária e condições de trabalho. No Brasil, é proibido qualquer trabalho para menores de 16 anos, exceto como aprendiz a partir dos 14. Já para adolescentes de 16 e 17 anos, o trabalho noturno, perigoso ou insalubre é vetado.
A pesquisa mostrou queda no trabalho infantil em todas as faixas etárias: 1,3% das crianças de 5 a 13 anos, 6,2% entre 14 e 15 anos e 14,6% dos adolescentes de 16 e 17 anos estavam nesta situação. A maior parte (55,7%) tinha entre 16 e 17 anos, seguida por 22,8% entre 14 e 15 anos e 21,6% entre 5 e 13 anos.
Distribuição regional
A Região Nordeste registrou o maior número de casos (506 mil), seguida por Sudeste (478 mil), Norte (285 mil), Sul (193 mil) e Centro-Oeste (145 mil). A maior proporção de crianças em trabalho infantil foi observada no Norte (6,9%). Todas as regiões reduziram o número de trabalhadores infantis em relação a 2022.
Setores e jornadas
A maioria atuava no comércio e reparação de veículos (26,7%) e na agricultura e pesca (21,6%). Cerca de 39,2% trabalhavam até 14 horas semanais, enquanto 20,6% tinham jornadas de 40 horas ou mais.
Escolaridade e renda
Enquanto 97,5% das crianças e adolescentes frequentavam a escola, entre os trabalhadores infantis essa taxa caiu para 88,4%. A frequência escolar era especialmente comprometida entre os mais velhos. O Bolsa Família beneficiou 13,6 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos em 2023, e 3,4% desse grupo realizava atividades econômicas, percentual um pouco inferior à média geral (3,7%).
Raça e gênero
Crianças negras ou pardas representavam 65,2% dos trabalhadores infantis, acima de sua proporção na população total (59,3%). Meninos eram a maioria entre os trabalhadores infantis (63,8%).
A PNAD reforça a importância da redução do trabalho infantil e monitora o impacto das políticas públicas para proteger as crianças e adolescentes.
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