Ciência e Tecnologia • 16:08h • 17 de novembro de 2025
Tratamentos contra o câncer podem causar infertilidade, entenda como preservar a fertilidade masculina
Especialistas alertam que tratamentos oncológicos podem causar infertilidade e reforçam a importância do congelamento de sêmen antes do início da terapia
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Coworkcom | Foto: Divulgação
Com mais de 71 mil diagnósticos de câncer de próstata previstos pelo INCA para 2025, especialistas reforçam que quimioterapia, radioterapia e prostatectomia podem comprometer a fertilidade masculina, tornando essencial que pacientes recebam orientação prévia sobre técnicas de preservação como o congelamento de sêmen.
Os impactos do tratamento oncológico na fertilidade
A discussão sobre saúde do homem ganha força no mês de novembro e inclui um tema muitas vezes invisível no processo de tratamento: a perda da capacidade reprodutiva. De acordo com o Dr. Maurício Chehin, especialista em reprodução assistida do Grupo Huntington, medicamentos utilizados na quimioterapia podem afetar a produção de espermatozoides ao danificar DNA e estruturas celulares dos testículos, reduzindo quantidade e qualidade. Em situações mais severas, há ausência temporária ou permanente de espermatozoides, conforme tipo e intensidade da medicação.
A radioterapia direcionada à região pélvica também representa risco. O especialista aponta que a radiação pode prejudicar tecidos envolvidos na produção de espermatozoides, com efeitos distintos conforme dose aplicada e área tratada.
Há ainda cenários em que a abordagem contra o câncer de próstata exige prostatectomia radical. Como explica o médico, a remoção completa da próstata e das vesículas seminais interrompe o trajeto entre os testículos e a uretra, tornando o paciente infértil após o procedimento.
Criopreservação, uma alternativa antes do início do tratamento
Diante desse contexto, a orientação médica precoce torna-se decisiva. Dr. Maurício destaca a criopreservação de sêmen como principal estratégia de preservação reprodutiva. O processo envolve o congelamento e armazenamento do material por longos períodos, mantendo sua viabilidade e garantindo a possibilidade de concepção futura.
A técnica permite que o paciente, quando desejar constituir família, recorra a métodos como inseminação artificial ou fertilização in vitro. Na inseminação, o sêmen previamente coletado é inserido no útero da parceira no período fértil. Já na fertilização in vitro, o óvulo é fecundado em laboratório e o embrião é posteriormente transferido para o útero.
A saúde emocional também precisa de atenção
Além dos impactos físicos, o diagnóstico oncológico costuma gerar insegurança e dúvidas, especialmente quando envolve decisões que afetam o futuro familiar. Por isso, o especialista reforça que a orientação adequada deve fazer parte do protocolo oncológico. Informar sobre a criopreservação antes do início do tratamento permite que o paciente mantenha a possibilidade de ter filhos e reduza parte da ansiedade associada ao processo terapêutico.
Um tema alinhado ao novembro azul
O debate sobre fertilidade integra o conjunto de cuidados que marcam o novembro azul, campanha voltada à saúde masculina. Além da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata, o mês reforça a importância de decisões médicas que impactam o bem-estar físico e emocional dos pacientes, incluindo o direito de planejar a própria vida reprodutiva.
Aviso legal
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, integral ou parcial, do conteúdo textual e das imagens deste site. Para mais informações sobre licenciamento de conteúdo, entre em contato conosco.
Últimas Notícias
As mais lidas
Mundo
Todos os paulistanos são paulistas, mas nem todos os paulistas são paulistanos; entenda
Termos que definem identidade e pertencimento no Estado de São Paulo