• Só 23% das inovações acadêmicas chegam ao mercado; falta de suporte jurídico trava patentes
  • Professora da FEMA lança livro sobre políticas públicas educacionais
  • Semana começa com calor de até 35ºC e possibilidade de chuva isolada na terça-feira em Assis
Novidades e destaques Novidades e destaques

Educação • 15:01h • 28 de setembro de 2024

Unicamp adota cotas para pessoas com deficiência

Vagas serão disponibilizadas pelo Edital Enem, a ser publicado em meados de outubro, para candidatos de escolas públicas e privadas

Agência SP | Foto: Divulgação/Unicamp

Decisão histórica aprovou por unanimidade a adoção do sistema de cotas para estudantes com deficiência.
Decisão histórica aprovou por unanimidade a adoção do sistema de cotas para estudantes com deficiência.

Em uma decisão histórica, o Conselho Universitário (Consu) aprovou por unanimidade a adoção de um sistema de cotas para estudantes com deficiência para ingresso nos cursos de graduação da Unicamp. Pela decisão do Consu, fica estabelecida a reserva de vagas para pessoas com deficiência em cada curso de graduação, sendo uma ou duas vagas por curso, ou até 5% do total de vagas, em caso de vagas adicionais.

As vagas serão disponibilizadas no Edital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), sendo aberta a possibilidade de participação tanto para candidatos de escolas públicas quanto privadas. A nova regra passa a valer para o ingresso de 2025. A Unicamp é a primeira das universidades estaduais públicas do estado de São Paulo a adotar o sistema de cotas PcD (Pessoa com Deficiência).

“Hoje é um dia muito feliz para a comunidade acadêmica. Era um desejo da comunidade e desta gestão”, disse a reitora em exercício da Unicamp, Maria Luiza Moretti, ao final da votação. “Trata-se de um compromisso enorme da Unicamp a partir de agora, mas vamos dar conta, podem ter certeza disso”, acrescentou.

Os conselheiros aprovaram a proposta que prevê que o candidato deverá informar o tipo de deficiência e anexar documentos médicos que venham a ser solicitados na inscrição. A partir daí, caberá à Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest) organizar uma junta de especialistas para fazer uma avaliação biopsicossocial do candidato e validar os documentos médicos apresentados. Essa junta será composta por profissionais especializados de áreas diversas.

A adesão das unidades ao programa terá um cronograma a ser seguido. Em até dois anos, devem aderir as unidades que não demandam adaptações significativas, como a construção de laboratórios e a aquisição de equipamentos mais complexos. Em um prazo máximo de até três anos, devem aderir as que exigem algum tipo de adaptação e, em até cinco anos, aquelas que terão de promover adequações complexas, como a construção de laboratórios. De acordo com a Pró-Reitoria de Graduação, no edital a ser lançado em meados de outubro, será conhecido o número de vagas a serem disponibilizadas pelos cursos.

De acordo com dados da Diretoria Executiva de Permanência Estudantil (Deape), a Unicamp conta hoje com 123 alunos que pediram atendimento especializado para os órgãos de apoio da Universidade. Destes, 90 pertencem ao chamado espectro autista.

“É uma alegria muito grande participar desse momento. Trata-se de um momento histórico, e é um grande orgulho fazer parte desta universidade numa decisão assim tão importante”, declarou o pró-reitor de Graduação, Ivan Toro. “Só teremos a real dimensão dos problemas que teremos de superar quando eles surgirem, mas posso garantir que haverá determinação para encarar cada um deles”, afirmou.

Estudante de Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), Simion Cruz chorou ao final da votação. Ele comemorou o resultado abraçado à colega Bruna Bimbatti, do Coletivo Anticapacitista Adriana Dias (CoAAD). Ambos participaram diretamente da elaboração da proposta aprovada pelo Consu.

“Trata-se, sem dúvida, de um dia histórico para a nossa luta”, comemorou Cruz. “Agora, uma universidade com o peso da Unicamp abre suas portas para receber pessoas com deficiência. Isso é muito importante”, afirma ele. “Pessoas que antes estavam escondidas em seus lares sabem que agora são bem-vindas e podem estar aqui; fazer pesquisas, produzir ciência. Gente que poderá sair daqui com um diploma nas mãos e ir para o mercado de trabalho”, acrescentou.

“Essa decisão unânime representará uma diferença muito grande na vida de muitas pessoas, que a partir de agora passarão a se sentir pertencentes à Universidade”, disse Bimbatti, estudante do Instituto de Economia (IE). “São pessoas que poderão se sentir pertencentes ao mundo da pesquisa, pertencentes ao mercado de trabalho e pessoas que podem, muito bem, fazer a diferença na Universidade também”, acrescentou ela.

Bimbatti diz que acompanhará de perto os processos de adaptação que ainda serão necessários para que a Universidade ofereça um atendimento adequado a esses estudantes. “Lembrando que não se trata apenas de adaptações físicas, como reformas em prédios e viário. Temos ao menos seis dimensões de acessibilidade que precisamos adotar, uma delas é a atitudinal, por exemplo, a questão da cultura institucional diante das pessoas com deficiência”, afirmou.

Para a professora Ana Almeida, da Faculdade de Educação (FE), que integrou o grupo de trabalho que elaborou a proposta de cotas PcD, a ideia de inclusão no ensino superior deve ser vista como um princípio fundamental para qualquer sociedade que busca a igualdade de oportunidades e a promoção dos direitos humanos. De acordo com ela, para que a inclusão seja efetiva, é necessário não apenas promover o acesso, mas garantir políticas de permanência e condições de pleno desenvolvimento acadêmico para esses estudantes.

Últimas Notícias

Descrição da imagem

Ciência e Tecnologia • 13:09h • 08 de setembro de 2025

Só 23% das inovações acadêmicas chegam ao mercado; falta de suporte jurídico trava patentes

Estudo mostra que falta de suporte jurídico reduz licenciamento de patentes; escritórios de PI apostam em modelo por assinatura para cortar custos e ampliar acesso

Descrição da imagem

Mundo • 12:30h • 08 de setembro de 2025

Quase 100 mil trabalhadores ainda podem sacar o Abono Salarial de 2023. Prazo vai até dezembro

Governo do Brasil reforça que mais de R$ 114 milhões seguem disponíveis para retirada até o fim do ano. Servidores com pagamento em atraso receberão em 15 de outubro

Descrição da imagem

Variedades • 12:06h • 08 de setembro de 2025

Utensílio tradicional ainda usado em cozinhas pode acumular bactérias perigosas

Especialista alerta que utensílio pode acumular bactérias e comprometer a segurança alimentar

Descrição da imagem

Cidades • 11:43h • 08 de setembro de 2025

Caminho da Capacitação leva cursos gratuitos a 12 cidades da região de Marília

Programa do Fundo Social de São Paulo oferece qualificação profissional em carretas móveis adaptadas; aulas começam em 22 de setembro

Descrição da imagem

Educação • 11:08h • 08 de setembro de 2025

Professora da FEMA lança livro sobre políticas públicas educacionais

Coletânea reúne trabalhos de egressos da pós-graduação da Unesp/Marília e analisa diferentes contextos educacionais

Descrição da imagem

Responsabilidade Social • 10:31h • 08 de setembro de 2025

Risco de clima seco e queimadas permanece alto no interior do país

Defesa Civil alerta para condições críticas no interior paulista

Descrição da imagem

Economia • 10:10h • 08 de setembro de 2025

Recuperar ICMS é possível, legal e estratégico, mas ainda pouco explorado no campo

Consultor alerta que produtores deixam milhões parados por falta de revisão fiscal e lista 5 pontos-chave para reaver créditos

Descrição da imagem

Classificados • 09:50h • 08 de setembro de 2025

Inscrições para 2,2 mil vagas de soldados da PM começam hoje (8)

Candidatos podem se inscrever até 23 de outubro para ingressar na Polícia Militar

As mais lidas

Ciência e Tecnologia

Como se preparar para o primeiro apagão cibernético de 2025

Especialistas alertam para a necessidade de estratégias robustas para mitigar os impactos de um possível colapso digital

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento

Quanto seria o ingresso se o show de Lady Gaga fosse pago?