Saúde • 15:48h • 11 de maio de 2025
Vacina de RNA da Fiocruz contra Covid-19 mostra eficácia em testes com animais
Produto vem sendo desenvolvido na unidade de Bio-Manguinhos
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações de Agência Brasil | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A vacina contra a covid-19 com tecnologia de RNA mensageiro desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apresentou resultados promissores em testes com animais. Segundo a coordenadora de implantação do Hub de RNA de Bio-Manguinhos, Patrícia Neves, a eficácia observada é comparável à das vacinas de mRNA já disponíveis no mercado, como as da Pfizer e da Moderna.
Atualmente, o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) realiza os testes laboratoriais de segurança, que devem ser concluídos até julho. “Instalamos a primeira área de produção de boas práticas de fabricação de produtos de RNA da América Latina. Já produzimos três lotes de controle e dois lotes da vacina, usados nos estudos toxicológicos. Não houve nenhum evento adverso grave ou mortalidade dos animais”, afirmou Patrícia.
A análise de segurança inclui a observação minuciosa dos tecidos e órgãos dos animais para identificar possíveis efeitos tóxicos. Com a conclusão dessa etapa, a Fiocruz pretende solicitar à Anvisa a autorização para iniciar os testes clínicos em humanos. A expectativa é que a fase 1 comece ainda este ano.
Caso os resultados continuem positivos, o Brasil poderá ter, nos próximos anos, uma vacina de mRNA contra a covid-19 produzida integralmente em território nacional, com menor custo para o sistema público de saúde. Além disso, a tecnologia desenvolvida por Bio-Manguinhos, baseada em nanopartículas lipídicas que transportam informações genéticas do coronavírus até as células do sistema imunológico, poderá ser usada no desenvolvimento de vacinas para outras doenças.
A plataforma permite, por exemplo, substituir apenas a sequência genética do antígeno, acelerando o processo de criação de novos imunizantes. Já estão em fase inicial projetos para desenvolver vacinas contra leishmaniose, vírus sincicial respiratório (VSR), febre amarela e tuberculose. No caso da leishmaniose, ainda não há vacina disponível. Para as demais doenças, o uso da tecnologia de RNA pode representar avanços em eficácia e segurança.
Para Patrícia Neves, dominar essa tecnologia representa um avanço estratégico para o país. “O RNA é uma molécula extremamente versátil, com potencial não só para vacinas, mas também para terapias voltadas ao tratamento de tumores e doenças genéticas raras. O que estamos vendo agora é apenas o começo.”
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