Saúde • 08:19h • 26 de novembro de 2025
Vacinação segue essencial para evitar reemergência do tétano no Brasil, alerta Ministério da Saúde
Mesmo com a eliminação do tétano materno e neonatal como problema de saúde pública desde 2003, a queda nas coberturas vacinais acende o alerta. Especialistas reforçam a importância da imunização de gestantes, crianças, idosos e populações vulneráveis para manter a doença sob controle no país
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações do Ministério da Saúde | Foto: Arquivo Âncora1
A vacinação continua sendo a forma mais eficaz de prevenir o tétano, doença grave e potencialmente fatal, e permanece como prioridade do Ministério da Saúde para evitar o retorno do tétano neonatal e manter o controle dos casos acidentais. Apesar dos avanços, a redução das coberturas vacinais e falhas na imunização de gestantes aumentam o risco de novos registros. Nos últimos anos, o Brasil notificou cerca de 200 casos anuais de tétano acidental, com letalidade de aproximadamente 28%, especialmente em municípios mais vulneráveis.
Os dados foram apresentados no dia 19/11, durante o webinário “Desafios e Estratégias para Manutenção da Eliminação do Tétano Neonatal e Prevenção de Casos Acidentais”, promovido pelo Ministério da Saúde. O encontro reuniu profissionais de todas as regiões e destacou a necessidade de reforçar a proteção de gestantes, crianças, idosos e grupos mais expostos.
Greice Madeleine Ikeda do Carmo, coordenadora-geral de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis, alertou para o risco da complacência. Ela lembrou que, nas décadas de 1980 e 1990, o país registrava centenas de casos de tétano neonatal, cenário revertido com campanhas de vacinação e melhoria da assistência ao parto. Hoje, os registros são raros, com casos isolados em Minas Gerais (2014), Rio Grande do Sul (2016) e Amapá (2020).
A coordenadora-geral de Incorporação Científica e Imunização do MS, Ana Catarina de Melo Araújo, reforçou a importância de manter o esquema vacinal atualizado ao longo da vida. Segundo ela, muitos brasileiros recebem as primeiras doses, mas não retornam para os reforços a cada 10 anos, o que reduz a proteção. Ela também destacou que a vacinação das gestantes é fundamental, pois os anticorpos são transferidos ao bebê, protegendo-o no início da vida.
Especialistas também chamaram atenção para a vulnerabilidade dos idosos, que muitas vezes deixam de atualizar a vacinação após a aposentadoria. Trabalhadores rurais e homens adultos — que representam 85% dos casos de tétano acidental — também estão entre os grupos de maior risco.
Para enfrentar esses desafios, o Ministério da Saúde tem intensificado ações como capacitações para profissionais da Atenção Primária, busca ativa de gestantes não vacinadas, ampliação do acesso às vacinas dT, dTpa e pentavalente, além de reforço das campanhas sazonais. Durante a campanha de vacinação contra a influenza, por exemplo, idosos são orientados a atualizar o cartão de vacinação.
Greice Madeleine reforçou que a prevenção depende de uma atuação integrada entre vigilância, assistência e imunização. “O tétano é totalmente evitável com vacinação e cuidados simples. Manter altas coberturas vacinais é essencial para evitar retrocessos”, destacou.
O webinário marcou ainda o lançamento de um infográfico sobre tétano neonatal e acidental, elaborado pelo Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI), com informações sobre sinais de alerta, riscos e medidas de prevenção.
O evento integra as ações do Ministério da Saúde para fortalecer as equipes de saúde e reforçar, junto à população, a importância da vacinação como medida indispensável de proteção.
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