Economia • 09:40h • 03 de novembro de 2024
Violência de gênero no ambiente de trabalho tem impacto negativo bilionário para a economia
Advogada falou sobre desafios e soluções para um ambiente corporativo seguro durante a Semana de Inovação
Da Redação/Agência Gov | Foto: Arquivo Âncora1

A advogada criminalista Fayda Belo apresentou uma análise profunda sobre a urgência do enfrentamento da violência de gênero no ambiente corporativo. Fayda, especialista em crimes de gênero e direitos antidiscriminatórios, procurou dialogar abordando desde a criação de ambientes seguros até o impacto econômico que essa violência gera para a sociedade como um todo.
A participação dela aconteceu na tarde de quarta-feira, 30 de outubro, na roda de conversa “A Violência de Gênero Dentro das Empresas”, parte da programação do segundo dia da Semana de Inovação, promovido pela Enap, em Brasília.
A advogada, que é autora do livro Justiça para Todas: O que Toda Mulher Deve Saber para Garantir seus Direitos, destacou que prevenir e combater a violência de gênero nas empresas – e no setor público - é um dever legal, moral e cívico, que exige o compromisso das organizações e da sociedade.
Segundo ela, para garantir uma resposta efetiva a essas vítimas e promover ambientes de trabalho seguros, é essencial que as empresas criem uma Comissão de Combate ao Assédio. Essa comissão deve ser imparcial e comprometida em remover vieses inconscientes para lidar com denúncias de forma justa e eficaz, fortalecendo a confiança dos colaboradores e colaboradoras na instituição.
Fayda ressaltou que ignorar a questão da violência de gênero no ambiente de trabalho tem graves consequências não só para as vítimas, mas também para a economia. Estudos indicam que a violência de gênero custa cerca de R$ 210 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, refletindo uma perda de produtividade e impacto no bem-estar social. Ela mencionou ainda que 34% das mulheres empregadas enfrentam situações de violência doméstica, muitas vezes levando esses traumas para o ambiente de trabalho, afetando seu desempenho e qualidade de vida.
A advogada reforçou que cabe às empresas – e órgão públicos – construírem espaços seguros para todos, onde homens e mulheres possam desempenhar suas funções sem o temor de sofrer assédio ou violência. Fayda acredita que, ao abordar essa questão de forma transparente e inclusiva, as empresas podem não apenas reduzir incidentes, mas também contribuir para uma cultura organizacional mais justa e empática.
Ao final da palestra, o público teve a oportunidade de interagir com a especialista, trazendo questões e dúvidas sobre como implementar essas práticas no cotidiano corporativo. Fayda concluiu sua participação na Semana de Inovação destacando que o compromisso com a segurança de gênero no trabalho é uma responsabilidade compartilhada que exige uma postura ativa e vigilante, impulsionando o desenvolvimento de políticas eficazes e a transformação do ambiente corporativo.
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